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Cecília Marinho e Paloma Mahely

Alex Souto e a arte do divertir: pinturas com café e talento


Alex Souto: arte na rua

Alex Souto Meira, 46, é natural de Patos, no sertão da Paraíba, e desde muito cedo teve contato com livros e quadrinhos. Desde criança foi estimulado pelos pais, o que certamente contribuiu para o seu despertar para a arte. "Sempre tinha à disposição muito papel e lápis para riscar e desenhar, o que influencia muito qualquer criança. Esse método foi repetido com meus filhos desde pequenos e fez com que eles também tivessem aptidões artísticas", contou.


Alex revela que não era um sonho específico fazer carreira nessa área, mas o ato de desenhar sempre esteve presente em sua vida e foi aos 14 anos que começou profissionalmente, colaborando com revistas especializadas em rock. O que foi suficiente para continuar investindo em seu talento. Foi a partir disso que ele concluiu sua formação como designer e se manteve mais próximo ainda da arte.


Quadrinhos, livros e filmes são referências para o artista

Cinema, quadrinhos, design gráfico, tudo isso constitui influências para seu processo criativo, mas ele destaca a escola Bauhaus de design e artistas clássicos como as principais inspirações. Para ele, "a arte está em todos os lugares. O design me proporcionou um olhar diferente, aplico seus conceitos de composição e diagramação na maioria dos meus trabalhos".


Ícones da cultura pop também estão presentes nos desenhos de Alex

Uma de suas habilidades mais conhecidas é desenhar utilizando café, técnica que surgiu de suas experiências com materiais alternativos e através de artistas estrangeiros. "Basicamente qualquer material que produza pigmento pode ser usado como tinta. Atualmente estou pesquisando plantas e elementos da nossa caatinga para produzir cores", acrescentou.


Interessado na diversidade de estilo e com uma criatividade latente quanto ao uso de técnicas, Alex é totalmente desapegado a uma única vertente. Apesar disso, é fortemente influenciado por quadrinhos estadunidenses e europeus, mas está aberto a qualquer estilo, de acordo com o que é proposto. Sobre as artes autorais que mais o orgulham, Alex diz que o último trabalho sempre é melhor do que o anterior, mas não deixa de lado sua preferência pelos trabalhos antigos de quadrinhos e ilustração.


Sobre as dificuldades enfrentadas por ele nesse ramo, destaca a solidão. "O trabalho com arte sempre foi muito solitário. E a pandemia só atrapalhou na execução de tarefas presenciais mais coletivas, como o grafite e eventos de arte. Com as tecnologias, a maioria dos artistas continuou trabalhando normalmente, mas para quem depende de vendas e exposições presenciais, houve um prejuízo", comentou.


Desenhos produzidos com café por Alex Souto


Apesar do atual cenário, Alex planeja continuar produzindo e ensinando o que sabe. "Já fiz cinema, animação, quadrinhos, ilustração, dentre tantas outras expressões. Trabalho com arte digital há bastante tempo e é um campo em constante evolução". Enquanto trabalha, Alex diz que busca, em primeiro lugar, pensar na reação que a arte produz em quem a vê.


"Desde a admiração até a surpresa de saber que um desenho foi pintado com café, por exemplo. Quando produzimos arte, ela deixa de ser sua no momento que o primeiro observador a vê e reage, então a mensagem é: divirta-se no processo".


Talento que vai do pedaço de papel aos muros da cidade

Pintura em homenagem ao centenário de Paulo Freire, patrono da educação no Brasil
 

Ficha Técnica:

Texto e fotografias: Cecília Marinho e Paloma Mahely

Revisão do texto: Ada Guedes

Supervisão editorial: Rostand Melo


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