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Alcoolismo e juventude: como a dependência do álcool afeta os jovens tão cedo

  • coletivof8noite
  • 02false18 GMT+0000 (Coordinated Universal Time)
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O consumo excessivo de álcool entre os jovens tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil. Dados de uma pesquisa realizada em 2023 pelo CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) e IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revelaram que, entre os jovens que exageram no consumo de bebida alcoólica entre 18 a 34 anos, observa-se uma média elástica: em uma noite, por exemplo, podem variar de 5 até mais de 10 doses de álcool.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo excessivo de álcool provoca doenças e causam dependências de forma preocupante por promover impactos negativos na saúde física e psicológica do usuário. O vício pode comprometer a transição saudável da adolescência para a vida adulta, revelando não apenas um hábito, mas uma maneira de lidar com pressões sociais, emocionais e familiares. Tornando-se uma “válvula de escape” para a fuga de responsabilidades, inseguranças e medos.

Foto: Jonnatan
Foto: Jonnatan

No imaginário das pessoas, a indústria alcoólica ganha um papel importante na sedução dos jovens para o consumo. A bebida por ser algo cultural e está presente no cotidiano das pessoas, as grandes marcas utilizam-se de estratégias publicitárias que promovem a percepção de “aproveitar e curtir o momento” ou até mesmo “anestesiar as tristezas”.


O “experimenta… é bom”, traz uma pressão psicológica no indivíduo. Muitas vezes para não ficar “de mal com os amigos", acaba aceitando a bebida, sem pensar nas consequências das escolhas. A ingestão do álcool é uma forma de parecer maduro e principalmente é mais tentador quando todos em volta estão se divertindo. Essa sensação é passageira, no final pode trazer sentimentos de solidão e o álcool que antes parecia seu melhor “amigo” ou alicerce, torna-se seu pior inimigo quando não usado com moderação.



A música “Bebe Negão”, de Renato Fechine, simboliza esse comportamento, mostra alguém que bebe para fugir dos problemas e encontrar alívio no álcool. Uma fuga entre os jovens, que muitas vezes começam a beber por curiosidade, incentivo dos amigos ou familiares. Em alguns casos, os jovens por verem os familiares e amigos bebendo, acabam criando desejo de experimentar uma vez que é uma fase de descobertas.


Diante desse cenário, é notória a omissão da indústria de álcool, que investe milhões em propagandas, na qual romantizam a ingestão da bebida entre os jovens, incentivando o consumo através de mensagens disfarçadas de descontração e momentos de diversão. As empresas lucram justamente pela vulnerabilidade de quem está sendo influenciado. E a falta de orientação e prevenção para o uso moderado de bebidas alcoólicas, podem trazer um impacto significativo na vida do jovem.



Para enfrentar essa realidade, é fundamental promover campanhas educativas de forma coletiva, a exemplo das escolas trazendo pautas de prevenção ao consumo e efeitos do álcool, levando a um pensamento crítico em relação ao tema. Cabe as famílias estimular o diálogo entre pais e filhos, assim como o Estado em parceria com o Ministério da Educação e Ministério da Saúde promover políticas públicas em relação a venda e consumo excessivo das bebidas alcoólicas. Assim como desenvolver campanhas nas diferentes mídias sociais, utilizando-se de grandes nomes de influência entre os jovens, como forma de impactar e trazer dados em relação as consequências de quem não tem o auto controle. Enquanto o lucro for prioridade e a omissão for confortável, continuaremos seguindo com o avanço do alcoolismo juvenil na sociedade como se fosse algo inevitável. E não é.



Caso você esteja passando por dificuldades com o consumo de álcool, procure ajuda. Ninguém precisa enfrentar isso sozinho. Grupos como os Alcoólicos Anônimos (AA) podem ajudar no processo de recuperação, sendo ouvintes, acolhendo de forma anônima e sem julgamentos.


**Esse é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial do ColetivoF8.

EXPEDIENTE

Supervisão Editorial: Rostand Melo e Ada Guedes 


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