Golpes nas redes sociais: saiba como identificar e evitar
- emillygabrielle3
- 20 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de abr.
As redes sociais se tornaram parte do cotidiano de milhões de pessoas. Só no Brasil são 131,5 milhões de usuários conectados, com tempo de uso da internet dedicado a essas plataformas. Os dados são de levantamento da Comscore, uma análise intitulada “Tendências de Social Media 2023”, que aponta o Brasil como o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo.

Mas essa popularização também trouxe desafios, como a proliferação de golpes digitais. Pesquisa recente intitulada “Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, realizada pelo pelo Instituto DataSenado, constatou que nos últimos 12 meses mais de 40,85 milhões de pessoas perderam dinheiro em função de algum crime cibernético, como clonagem de cartão, invasão de contas bancárias ou envio de transferências de valores. Isso corresponde a 24% dos brasileiros.
Esses golpes são cada vez mais comuns e podem ocorrer em diversas plataformas,
utilizando abordagens e artifícios variados para enganar as vítimas. A seguir, apresentamos alguns relatos de pessoas que foram vítimas desses golpes, com explicações de especialistas sobre o impacto psicológico e orientações sobre como proceder em casos de fraude.

Redes Sociais: Terreno Fértil para Golpistas
Com a popularização de redes sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp e TikTok, o ambiente se tornou propício para o surgimento de diferentes tipos de golpe, incluindo
phishing, fraudes em investimentos, sorteios falsos e clonagem de contas. Segundo Rodolfo Viana, 35, cientista da computação, a facilidade de criação de perfis falsos permite que golpistas se passem por fontes confiáveis.

Ele explica: “Fraudadores conseguem criar perfis que parecem confiáveis, facilitando a enganação.”
A velocidade com que essas redes disseminam informações amplia o alcance dos golpes, impactando um número significativo de vítimas em pouco tempo.
Kilma Russana, 38, produtora cultural, foi contatada por um perfil falso de uma academia no Instagram, que oferecia um mês gratuito como parte de um sorteio. Os golpistas ligaram para ela e pediram dados pessoais e códigos de verificação. Ao perceber algo estranho, Kilma rapidamente ativou a verificação em duas etapas no WhatsApp, o que impediu que o golpe fosse concluído. Desde então, ela tornou seu perfil privado e adotou mais cuidados com interações
suspeitas, evitando clicar em links desconhecidos e priorizando a segurança online.
Golpes no Facebook e Mensagem Fraudulenta de Instituição Bancária
Os golpes em plataformas de rede social estão cada vez mais sofisticados. Luiz Antônio, 58, gráfico, foi atraído por uma publicação falsa no Facebook sobre valores retidos no FGTS. Ao acessar o site indicado, ele inseriu seus dados pessoais, na sequência, foi instruído a fazer um pagamento via Pix para liberar o dinheiro. Só depois de fazer a transferência percebeu que era um golpe. Após consultar um advogado, ele foi informado sobre as dificuldades de recuperar o valor.
Luiz alerta: “Em propagandas que peçam seus dados ou pagamentos, verifique antes com alguém que entenda um pouco mais do assunto. Desconfie quando as ofertas forem boas demais para ser verdade.”
Já Elizandra Rodrigues, 45, técnica em manutenção de impressoras, foi vítima de um golpe que tinha como fonte emitente, uma agência bancária. Após receber uma mensagem, aparentemente do Nubank, sobre uma compra suspeita. Acreditando que estava protegendo sua conta, ela forneceu um código de segurança solicitado pelos golpistas. Logo percebeu o engano e bloqueou seu cartão, adotando medidas de segurança adicionais, como cancelamento do uso de cartões virtuais para compras online. Ela reforça a importância de nunca fornecer informações sensíveis sem a devida verificação da fonte.
Com a intensificação dos golpes digitais, é essencial que as pessoas aprendam a identificá-los. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disponibiliza um site com informações sobre os golpes mais aplicados e as respectivas estratégias anti-golpes. Quem achar que foi acionado ou recebeu mensagem pedindo dados pessoais, advindos de instituições bancárias deve antes de qualquer ação, acessá-lo.
Impacto Psicológico dos Golpes Virtuais
O aumento de golpes virtuais preocupa não apenas os usuários, mas também especialistas. O psicólogo Luann Glauber, 35, aponta que pessoas em situações de vulnerabilidade emocional ou financeira são alvos fáceis.

Ele explica: “Pessoas em situação de vulnerabilidade, como quem busca uma cura para uma doença sem solução científica ou precisa urgentemente de dinheiro, tornam-se mais suscetíveis a golpes.”
Em momentos de desespero, o processamento cognitivo pode ser afetado, levando as pessoas a acreditar em promessas aparentemente milagrosas. Esse comportamento, segundo Glauber, facilita a ação dos golpistas, pois a vulnerabilidade emocional prejudica o discernimento e a capacidade de identificar possíveis fraudes.
Como Proceder em Caso de Golpe Digital
De acordo com o advogado Caius Barros, 28, a primeira atitude de uma vítima de golpe deve ser comunicar o ocorrido às autoridades. Muitos, no entanto, sentem vergonha de admitir que foram enganados, o que dificulta o combate a esses crimes. Para facilitar o registro de ocorrências, foi criada a Delegacia Virtual, onde as vítimas podem denunciar golpes sem precisar ir a uma delegacia física. Barros aconselha, especialmente aos idosos:
“Se receber um e-mail, ligação ou qualquer mensagem suspeita, procure alguém mais informado, alguém que esteja atualizado sobre essas questões e comunique a essa pessoa. Isso pode ajudar a evitar a perpetuação desses golpes.
Segurança nas Redes Sociais, um Desafio Constante
Os golpes nas redes sociais se tornaram comuns e afetam tanto o financeiro quanto o emocional das vítimas. Esses relatos mostram que golpistas usam diferentes abordagens, desde promessas de dinheiro fácil até sorteios falsos. Para se proteger, é importante adotar
práticas de segurança, como verificar a autenticidade das informações, usar autenticação em duas etapas e evitar compartilhar dados sensíveis em respostas a mensagens desconhecidas. A conscientização e o compartilhamento de experiências ajudam a tornar a navegação mais
segura e a reduzir os riscos desses golpes.
EXPEDIENTE:
Fotografia e Entrevista: Emily Lima e Hilda Karollyne
Reportagem e texto: Emily Lima e Hilda Karollyne, Maria Cecília, Daniela Natália e Eduardo Filho
Pós-produção: Emily Lima
Monitoria: Bianca Dantas e Cecília Sales
Supervisão Editorial: Rostand Melo e Ada Guedes
Excelente matéria!
Matéria perfeita