top of page
EDUARDA APARECIDA SILVA PAZ

O milho nem sempre foi junino: história, memória e tradição

Atualizado: 1 de jul.

No mês de junho, o ingrediente que se destaca na mesa de todo nordestino tem o gosto, o sabor, a tradição e a cultura das festas de São João.


Foto: íris Barros

O milho nem sempre foi símbolo do São João, há cerca de 500 anos atrás esse grão era utilizado como principal fonte nutritiva, alinhado à mandioca, pelos povos originários, e especialmente da região interiorana do estado da Paraíba. Com a chegada dos Portugueses ao Brasil, o milho passou a ser consumido como ração para animais que vinham nas grandes embarcações, e combinado às festividades religiosas a sua colheita passou a ganhar destaque e ser inserida na cena das festividades de São João. 


Foto: Íris Barros

Segundo o chefe de cozinha e pesquisador Diego Barreto, a colheita do milho passou a representar épocas de fartura, por acontecer em períodos de casamentos e batizados, tendo maior influência na região Nordeste, onde o grão é consumido durante todo o ano, tornando-se um elemento simbólico que caracteriza a cultura da região. O consumo desse alimento movimenta a economia local durante a época de São João e está presente nas esferas familiares, representando tradição, afeto e memória através da gastronomia, reforça o chefe Diego. 


Em Campina Grande, a culinária do milho atrai turistas pela diversidade de pratos que derivam desse ingrediente. Sejam nos clássicos da culinária junina como a pamonha, a canjica, o cuscuz ou até mesmo as suas versões gourmetizadas como as pizzas de pamonha, que despertam o olhar curioso de quem enxerga no São João de Campina uma gastronomia que faz parte da identidade cultural local e que se torna variada, inovadora e única.



A comercialização desse produto impacta diretamente na economia, trazendo um aumento lucrativo de significância para os pequenos e médios produtores locais e incentivando a criação de novas micro e pequenas empresas que trabalham de forma assídua na produção de alimentos derivados do milho durante a época de São João. De acordo com os comerciantes locais, a demanda pela procura das comidas de milho é mais intensa na principal semana dos festejos, onde as famílias e amigos se reúnem e procuram despertar através da culinária, a tradição das festas juninas. 


O milho faz parte da história da Paraíba e representa não somente a economia, mas a tradição de produtores e agricultores que plantam em seus roçados e lucram com a venda do produto no período das festas.  Falar de São João é falar de tradição, e falar da culinária nordestina é trazer sentimentos para os conterrâneos e para aqueles que procuram desfrutar da cultura local pela primeira vez, seja o despertar da surpresa ou o afeto que carregam boas lembranças das comemorações que rodeiam o mês mais significativo para a região Nordeste.



 
EXPEDIENTE:

Redação: Íris Barros e Jhian Félix

Supervisão Editorial: Rostand Melo 

48 visualizações0 comentário

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page