No mês de junho, o ingrediente que se destaca na mesa de todo nordestino tem o gosto, o sabor, a tradição e a cultura das festas de São João.
O milho nem sempre foi símbolo do São João, há cerca de 500 anos atrás esse grão era utilizado como principal fonte nutritiva, alinhado à mandioca, pelos povos originários, e especialmente da região interiorana do estado da Paraíba. Com a chegada dos Portugueses ao Brasil, o milho passou a ser consumido como ração para animais que vinham nas grandes embarcações, e combinado às festividades religiosas a sua colheita passou a ganhar destaque e ser inserida na cena das festividades de São João.
Segundo o chefe de cozinha e pesquisador Diego Barreto, a colheita do milho passou a representar épocas de fartura, por acontecer em períodos de casamentos e batizados, tendo maior influência na região Nordeste, onde o grão é consumido durante todo o ano, tornando-se um elemento simbólico que caracteriza a cultura da região. O consumo desse alimento movimenta a economia local durante a época de São João e está presente nas esferas familiares, representando tradição, afeto e memória através da gastronomia, reforça o chefe Diego.
Em Campina Grande, a culinária do milho atrai turistas pela diversidade de pratos que derivam desse ingrediente. Sejam nos clássicos da culinária junina como a pamonha, a canjica, o cuscuz ou até mesmo as suas versões gourmetizadas como as pizzas de pamonha, que despertam o olhar curioso de quem enxerga no São João de Campina uma gastronomia que faz parte da identidade cultural local e que se torna variada, inovadora e única.
A comercialização desse produto impacta diretamente na economia, trazendo um aumento lucrativo de significância para os pequenos e médios produtores locais e incentivando a criação de novas micro e pequenas empresas que trabalham de forma assídua na produção de alimentos derivados do milho durante a época de São João. De acordo com os comerciantes locais, a demanda pela procura das comidas de milho é mais intensa na principal semana dos festejos, onde as famílias e amigos se reúnem e procuram despertar através da culinária, a tradição das festas juninas.
O milho faz parte da história da Paraíba e representa não somente a economia, mas a tradição de produtores e agricultores que plantam em seus roçados e lucram com a venda do produto no período das festas. Falar de São João é falar de tradição, e falar da culinária nordestina é trazer sentimentos para os conterrâneos e para aqueles que procuram desfrutar da cultura local pela primeira vez, seja o despertar da surpresa ou o afeto que carregam boas lembranças das comemorações que rodeiam o mês mais significativo para a região Nordeste.
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Fotografia: Íris Barros e Nathalya Araújo
Redação: Íris Barros e Jhian Félix
Monitoria: Hellen Mayara e Maria Clara
Supervisão Editorial: Rostand Melo
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