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  • Carol Diógenes, Gabriel Heitor Alves

A UEPB como fonte de renda: trabalhadores do campus



É cada vez mais comum perceber o funcionamento de um negócio dentro de um Campus Acadêmico. O empreendedorismo nas universidades pode se tornar um bom negócio, já que nesses ambientes a demanda é grande e a concorrência é menor. Diversos comerciantes aproveitam o espaço dessas instituições para montarem seus negócios e garantirem a renda mensal. Na sede da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, é possível encontrar diversos meios de fonte de renda. Há várias pessoas que agarram essa oportunidade, propiciando àqueles que estudam e trabalham na UEPB um ambiente repleto de variedades nos setores de alimentação, leitura e acessórios.

Confira no slideshow:



Sérgio Freitas, natural de Campina Grande, enxerga a Universidade como uma oportunidade e um bom ambiente de trabalho. A sua barraca, adquirida há seis anos, quando arrendada da antiga proprietária, é o único meio de renda da família. Entretanto, Sérgio não hesita em expressar sua insatisfação com o estado atual da Universidade, e relata que é imensamente prejudicado pelas constantes greves, visto que todas as suas vendas são interrompidas por longos períodos.


Mas não são apenas as greves que se apresentam como dificuldades para aqueles que têm algum tipo de comércio na UEPB. Wesley Porto é dono da Porto Copiadora há 16 anos e vive em um embate acirrado com as novas tecnologias.

Entre os variados comércios que foram afetados pela popularização da Rede Mundial de Computadores, está o das Xerox. Wesley, que iniciou trabalhando com o pai e posteriormente passou a ser dono do próprio negócio, conta que sofre com o acervo disponível gratuitamente na Web. “Hoje em dia, cópia não é nada para quem tem acesso a PDF’s e afins na internet”, afirma o comerciante que trabalha no terceiro andar da Central de Integração Acadêmica.



Dar início às vendas no Campus não é tão simples, e envolve certa burocracia. É o que explica Ivanilda, que também tem um ponto de vendas na instituição e trabalha comercializando livros didáticos e paradidáticos.

Ela narra que para começar a trabalhar no local precisou pedir autorização aos responsáveis pela infraestrutura do prédio e para a reitoria.




“Precisei preencher alguns documentos e passar por uma espécie de seleção, afinal, se todos quisessem usufruir do espaço da UEPB para montar o seu negócio, o local se tornaria uma ‘feira livre’”, reitera.

Além dos vendedores com pontos fixos, também estão presentes os comerciantes livres, que levam seus produtos e transitam por toda a instituição a procura de clientes. Como é o caso de Andreza, que frequenta o Campus I todos os dias, para vender trufas e assim assegurar o sustento de sua família. Assim como ela, Jadson Nunes também não possui barraca ou estande. Há 5 anos, frequenta a Universidade nas terças e nas quintas, para vender bottons que ele mesmo confecciona. Entretanto, a demanda de apenas uma universidade não é suficiente para compor a renda de Jadson, dessa forma, durante os outros dias da semana, o comerciante costuma frequentar outras Instituições de Ensino Superior para vender os seus bottons.

Frente aos desafios impostos pelo atual cenário econômico do Brasil, é possível perceber que as dificuldades estão presentes em todas as fontes de renda, inclusive, daqueles tiram seu sustento do consumo de estudantes, professores e funcionários em geral.

A Universidade transforma olhares, e isso não se limita ao meio acadêmico: a realidade daqueles que comercializam na sede da UEPB reflete outros cenários, compostos por homens e mulheres que passam pelas mais diversas situações, e observar tantas outras conjunturas estimula uma nova forma de olhar para pessoas que fazem parte do cotidiano de todos aqueles que circulam no Campus, mas que por vezes, sequer são ouvidos.


FICHA TÉCNICA:

Reportagem: Ingrid Donato, Renata Jordão e Thaís Alves.

Supervisão editorial Coletivo F8: Rostand Melo.


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