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  • Rafaela Ferreira

Os desafios do Diabetes e seus impactos na qualidade de vida

Muitas pessoas não têm os cuidados necessários para tratar a doença, assunto delicado no ambiente da saúde


Foto: Joyce Araújo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. Segundo a instituição ATLAS e a Federação Internacional do Diabetes (IDF), a estimativa da incidência da doença é de 23,2 milhões da população até 2045.


Trata-se de um problema de saúde que necessita de autocuidado das pessoas. A falta de uma rotina com hábitos saudáveis contribuiu muito para o aumento dos casos, principalmente, quando não se tem atividades físicas e consumos de alimentos saudáveis, tornando-se suas principais causas.


Caracterizada em uma doença crônica que impossibilita o organismo de produzir insulina, o problema provoca a falta de hormônios do pâncreas para a redução do açúcar. A endocrinologista Dr. Yasmine Chamse Odine, formada na Universidade FURB, de Blumenau, localizada na cidade de Santa Catarina, afirma que existem dois tipos principais de diabetes:


“O tipo 1: também conhecido como diabetes juvenil, causado pela destruição das células do pâncreas que produzem insulina. Que é mais comum em crianças e adolescentes e seu tratamento exige a aplicação diária de insulina. E o tipo 2: forma mais comum da doença, que geralmente se desenvolve em adultos acima de 40 anos. Nesse caso, o pâncreas ainda produz insulina, mas, o corpo não a utiliza de forma eficiente, o que leva a um aumento do açúcar no sangue”.


A médica alerta que o tratamento pode envolver mudanças na dieta, exercícios físicos e medicamentos. A especialista afirma ainda que: "Os principais sintomas incluem sede excessiva, vontade frequente de urinar, fome constante, perda de peso inexplicável, cansaço, visão embaçada e feridas que demoram a cicatrizar. Se não tratado, o diabetes pode levar a complicações sérias como problemas cardíacos, renais, nervosos e de circulação. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e procurar um médico para realizar os exames necessários”, acrescenta Dr. Yasmine.


Foto: Rafaela Ferreira

Uma pessoa diabética pode levar uma vida normal desde que siga o tratamento corretamente, controle a glicemia, adote uma dieta equilibrada, pratique atividades físicas regularmente, mantenha o peso adequado e faça exames periódicos. Estes são cuidados essenciais para se manter bem. “Cada caso é único e importante, seguir as orientações médicas específicas para o seu caso, por isso a importância do acompanhamento médico”, explica a Dr. Yasmine.



Foto: Joyce Araújo

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta gratuitamente o tratamento para quem já tem o diagnóstico desde a atenção básica até o controle de tratamento medicamentoso. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde da cidade de Campina Grande - PB são ofertados aparelhos e fitas gratuitamente para monitorar os níveis de glicose do sangue, com o intuito de ajudar no controle da doença. Dentre as pessoas contempladas, estão preferencialmente gestantes e idosos em situação de vulnerabilidade.


De acordo com Erika Barbosa, coordenadora do setor farmacêutico da secretaria de saúde de Campina Grande: “Hoje em dia existe uma média de 1.700 pacientes convencionais e 250 gestantes mensalmente. Para participar o cidadão precisa ter um atendimento feito pelo médico endocrinologista do SUS e emitir um documento que conteste sua patologia, logo em seguida se dirigir ao serviço social na segunda, terça e quarta-feira das 7:00 às 12:00”.


A Farmacêutica especifica como proceder em caso de diabetes gestacional. “Para gestantes, o cadastro é realizado diretamente na farmácia na quinta e sexta-feira das 13:00 às 16:00 e o recebimento é na hora, já o período de uso do equipamento é apenas durante a gestação, após o puerpério é exigido que elas devolvam espontaneamente o aparelho”.


Erika esclarece que tanto para gestantes como para pessoas idosas, é preciso comparecer portando o laudo médico, RG, CPF, cartão do SUS, comprovante de residência e o número do NIS. “Após, o cadastramento e recebimento ser concluído sugere-se acompanhar a validade do registro e o prazo de recadastramento previsto em ate 4 meses”, completa.


Depois da contemplação do aparelho, será emitido um termo para assinatura, garantindo que o paciente se responsabilize pela posse, cuidado e manutenção do equipamento, não obtendo direito a um novo recebimento em caso de danos, roubo ou perda. Pois, há um número considerável de pessoas esperando para ser escolhido, e a falta desse controle de distribuição, consequentemente acabaria contribuindo nessa espera. As fitas são distribuídas mensalmente na primeira e segunda semana do mês.


Por ser uma doença que não apresenta sintomas na fase inicial, a diabetes é difícil de ser diagnosticada. A maioria das pessoas só descobre que está com a doença quando passa mal e precisa se dirigir ao pronto socorro. Foi o caso de Tania Sonally, de 19 anos, que descobriu recentemente seu caso: “Eu descobri quando passei mal, chegando a desmaiar, fiz o exame e minha glicose estava muito alta, não imaginava que os sintomas que sentia eram da diabetes”.


Os primeiros passos para os cuidados com a saúde de Tânia incluíram mudanças drásticas na alimentação. “Para mudar minha rotina diária tive que mudar meus hábitos alimentares. Fazia muito consumo de carboidratos, ainda estou me acostumando a essa rotina que é bastante complicada, além de estar sempre medindo a glicose”, diz Tânia.


Foto: Aline Raquelle

Outro caso comum é a diabetes gestacional, condição temporária que ocorre devido às mudanças no equilíbrio hormonal durante a gravidez e normalmente desaparece após o parto, mas, quando não tratada corretamente pode progredir para o diabetes tipo 2, como aconteceu com Luzinete Rosa. “Não fiz nenhum tratamento quando estava grávida, por isso que hoje eu sou diabética”.


Hoje em dia Luzinete precisa seguir todo um protocolo para o controle da diabetes, “O tratamento que faço é tomar os remédios e fazer regime. Eu tomo insulina cinco vezes ao dia e os comprimidos uma vez ao dia, que é o Galvus e serve para controlar o açúcar no sangue”.

O projeto Diabetes em Foco propõe desenvolver ações educativas de prevenção, educação em saúde e reabilitação que garanta o envolvimento harmonioso dos usuários, família, comunidade e profissionais.


No ano passado, o Senado aprovou a Política Nacional de prevenção do Diabetes (PLC 133/2017), que garante a manutenção dos investimentos no tratamento completo para os doentes, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta já foi transformada em lei (Lei 13.895, de 2019).


Foto: Aline Raquelle

Público o conjunto das ações de promoção da saúde já previstas na lei do SUS. É um projeto que merece ser aprovado pelo Senado — declarou Humberto Costa.


Doença crônica

A estimativa do Ministério da Saúde é que o Brasil tenha cerca de 16 milhões de pessoas vivendo com diabetes. Trata-se de uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.

Há vários subtipos da doença, que não é contagiosa e deve ser tratada de forma precoce. Sem tratamento, a doença pode levar a complicações graves como insuficiência renal, perda da visão, alteração de sensibilidade nos membros inferiores e consequentes úlceras e amputações. As autoridades em saúde recomendam a prática de exercícios e uma alimentação equilibrada como forma de prevenir a doença.


Frederick Banting

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A data de 14 de novembro foi escolhida por ser o aniversário de Frederick Banting (1891-1941), médico canadense que, juntamente com o seu colega e assistente Charles Best (1899-1978), conduziu as experiências que levaram à descoberta da insulina, em 1921. Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a data.

Fonte: Agência Senado


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FICHA TÉCNICA

Texto e edição: Joyce Araujo e Rafaela Ferreira

Monitoria: Ester Bezerra

Supervisão editorial: Ada Guedes e Rostand Melo

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