Profissionais de saúde, incansáveis na linha de frente do combate à COVID-19, enfrentaram não apenas os desafios do vírus, mas também uma crescente crise de saúde mental. Um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revela que 86% desses profissionais sofrem com Síndrome de Burnout e 81% com estresse. Má qualidade de sono, sintomas depressivos e dores pelo corpo também são frequentemente reportados. Este cenário, agravado pela pandemia, destaca a urgência de abordar os impactos emocionais nos que cuidam da saúde alheia.
A exposição constante à pressão e ao estresse na linha de frente durante a pandemia de COVID-19 contribuiu significativamente para o aumento dos casos de depressão moderada entre os enfermeiros. A incerteza em relação ao futuro e à segurança pessoal agravou ainda mais o quadro, gerando ansiedade entre esses profissionais de saúde. É imperativo adotar medidas proativas para salvaguardar a saúde mental desses heróis da linha de frente.
Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Fiocruz, publicado em 2021, revelou que 83,4% dos profissionais de saúde afirmaram ter medo da COVID-19. A falta de apoio psicológico é evidente, com apenas 30% desses trabalhadores recebendo suporte para cuidar de sua saúde mental.
O estudo indica que 8 a cada 10 profissionais de saúde sentiram que sua saúde mental foi afetada negativamente pela pandemia.
Principais Fatores de Risco e Formas de Prevenção
A exposição a mortes em larga escala, o medo constante da doença e a falta de suporte psicológico contribuem para a deterioração da saúde mental desses profissionais.
Os principais fatores de risco para a saúde mental dos profissionais de saúde incluem longas horas de trabalho, falta de tempo e recursos, altos padrões e exigências por resultados, julgamento crítico dos pacientes, conflitos entre colegas, baixa remuneração e falta de reconhecimento profissional.
Para prevenir a depressão, é essencial reconhecer limites pessoais e dos colegas, promover a comunicação aberta entre a equipe e seguir normas que favoreçam um ambiente de trabalho saudável. A melhoria das condições de trabalho, incluindo uma carga horária equilibrada, remuneração justa e reconhecimento profissional, é crucial.
A pandemia de COVID-19 evidenciou não apenas os desafios físicos, mas também os emocionais enfrentados pelos profissionais de saúde. Investir em medidas preventivas, suporte psicológico e melhorias nas condições de trabalho é fundamental para preservar a saúde mental desses heróis que continuam na linha de frente, enfrentando não apenas o vírus, mas também os desafios emocionais invisíveis.
Série Pandemia 5 anos:
Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a classificação da Covid-19 para pandemia, indicando que a doença já havia se alastrado por todos os continentes. Naquele dia, os dados oficiais apontavam que mais de 118 mil pessoas já tinham sido infectadas em 114 países. O Brasil, já tinha 52 casos confirmados da doença. O estado de pandemia foi mantido pela OMS até 5 de maio de 2023.
Para marcar essa data histórica, o Coletivo F8 inicia hoje uma série especial sobre os 5 anos de pandemia, com reportagens produzidas por estudantes do curso de Jornalismo da UEPB.
EXPEDIENTE:
Fotografia: Joana Elen e Bianca Menezes
Modelos: Johan Vitor e Maria Eduarda Ferreira
Texto: Bianca Menezes
Supervisão: Rostand Melo
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