As Amadas de Jorge: Mulheres que Escaparam dos Papéis

coletivof8noite
16 de jun.
2 min de leitura

As páginas de Jorge Amado sempre pulsaram vida demais para se limitarem aos livros. Neste editorial, As Amadas de Jorge, escolhemos vestir personagens que vão além da ficção são mulheres que ainda nos atravessam: Gabriela, Tieta e Dona Flor.

Mas não buscamos uma cópia literal. Em um estúdio simples, de fundo branco e luz suave, o foco não foi o cenário, e sim a alma. Releitura é a palavra. Trouxemos essas figuras para um tempo que talvez não seja o delas, ou justamente seja porque o desejo, o corpo, o afeto e a ousadia continuam urgentes.

Gabriela aparece leve, pés descalços, entre frutas e cabelos soltos, com o cheiro da terra e o toque da brisa.

Tieta surge provocante, de óculos vermelhos e blusa amarrada, dona do próprio roteiro.

Dona Flor chega dividida entre dois amores e um livro de receitas, sensível, doce, cheia de camadas.

Com itens do dia a dia, um vestido vermelho, uma cesta de frutas, um lenço, propomos uma estética que é mais gesto que figurino. O figurino, aliás, é mais sugestão que fantasia. E é nisso que acreditamos: na moda como linguagem viva, capaz de dizer o que as palavras não dão conta.

Num espaço pequeno, a imaginação virou cenário. Nas personagens conhecidas, um novo olhar. Porque a moda também conta histórias. E se Jorge Amado plantou narrativas no chão do Brasil, nós colhemos imagens onde cabem desejo, corpo e memória.