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  • Ana Beatriz Lopes Braga

"O Diabo veste coronavírus": o que a pandemia mudou na moda

Atualizado: 11 de mai. de 2021



Desde pequenos aprendemos a construir nossa imagem de várias formas e uma delas é a nossa vestimenta. A moda nos acompanha desde a era Pré-histórica e agora, na pandemia, não seria diferente. Grifes famosas, como a Prada e a Versace doaram dinheiro ou cederam equipamentos médicos para ajudar os países na guerra contra o vírus.


Desfiles online são uma saída para dar continuação a eventos tão importantes no mundo da moda, apesar de envolver um grande número de pessoas para ser feito. De toda forma, o baque que esse setor sofreu foi imenso. Segundo a Infomoney, a indústria têxtil teve uma queda de 91% nos dados referentes ao mês de março, coincidindo com o fechamento de comércio e o lockdown em certos lugares.

Porém nem só de passarela vive a moda, quem produz, geralmente costureiras que começaram nesse ramo desde cedo, foram muito afetadas, como Adriana Lopes Braga, 46, que iniciou aos 12 anos trabalhando para o cunhado onde aprendeu a fazer roupas, tirar modelagem, cortar. “Para mim, que trabalho com isso há muito tempo, me mostrou uma realidade que nunca vi, todo mundo parado em casa, depois de algum tempo pude voltar com as minhas vendas online.”



Todos os métodos de conter o vírus são necessários para se proteger e também ao outro. A Dona da marca Femme Power agora redobra os cuidados, o uso de álcool tanto em gel quanto líquido, máscaras e luvas, é rotineiro. Segundo ela as vendas estão boas:

"A clientela anda mais cautelosa, mas no geral tá tudo caminhando bem e esse tipo de venda só tende a crescer. Apesar de que, conheço pessoas que estão usando o Auxílio Emergencial para comprar roupas, e isso tá muito errado."

Não podemos falar de moda sem falar na cidade que abriga um dos maiores polos de confecções do Brasil. Santa Cruz do Capibaribe, onde funciona o Moda Center, um espaço de 320 mil metros quadrados que Seliane Saldanha de Oliveira, 44, costureira, conhece bem, e agora com a reabertura desse polo, ela enxerga um cenário ruim pela frente.


“Muita gente num lugar só, parece feira de final de ano. Tenho quase certeza como o número de casos aqui vai aumentar no futuro. Não há distanciamento entre vendedor e cliente, destaca. ”




Um dos fatos decorrentes do sistema de compra online é que, segundo o E-commerce os segmentos de moda tiveram alta de 48,9% em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2019. Afinal, os olhares sempre se voltam para o que pode ser feito e como redefinir os conceitos da moda. Adriana pontua que

"Quando isso passar, vai ser tudo diferente, e a moda tem que mudar e reconhecer todos que trabalham com isso. Todo mundo precisa olhar como o processo de construção dessas peças e valorizar cada um deles, além de não agredir a natureza, já que isso ocorre muito nesse meio.”

Confira mais fotos no slideshow:

 

Ficha técnica:

Fotografia e reportagem: Ana Beatriz Lopes Braga

Supervisão editorial: Rostand Melo


*Fotoilustrações na pandemia:

O Coletivo F8 optou por produzir matérias do gênero “ilustrações fotográficas” durante a pandemia como forma de manter a produção dos estudantes de fotojornalismo da UEPB respeitando os protocolos de distanciamento social. As fotoilustrações permitem ao fotógrafo criar uma cena com o objetivo de representar visualmente um tema ou pauta. O uso de objetos, cenários e, em alguns casos, edição de imagens é comum neste gênero.

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