
A literatura de cordel é um dos maiores símbolos da cultura popular nordestina, com suas histórias rimadas que retratam o cotidiano, lendas, religiosidade, humor e crítica social. Surgida como herança das tradições europeias, especialmente de Portugal, a literatura de cordel foi adaptada e reinventada no Brasil, ganhando uma identidade própria.

Por que cordel? A resposta é simples: os folhetos, sempre recheados de narrativas encantadoras, são expostos pendurados em cordas, como um convite aberto para que o leitor mergulhe em mundos de reis, heróis, amores impossíveis ou sátiras afiadas.

E o que dizer das capas? Esses pequenos livretos, impressos em papel simples e geralmente ilustrados por xilogravuras – técnica de gravura em madeira que reforça o caráter artesanal da produção – Cada capa traz uma obra de arte esculpidas à mão, onde madeira e tinta desenham cenas que antecipam a mágica contida nos versos.

O cordel não vive apenas de ser lido. Os poetas, os declamadores e os vendedores de cordel dão vida aos versos ali mesmo, no meio da movimentação das barracas da feira, criando uma atmosfera única de interação cultural. Mais do que um produto, o cordel é um registro da memória coletiva do povo, eternizando suas histórias em versos que, muitas vezes, viajam além das páginas para o som da palavra falada.


Com suas narrativas que atravessam gerações, a literatura de cordel resiste como símbolo da autenticidade e riqueza da cultura nordestina, representando a voz e a alma de um povo que faz poesia das coisas simples e extraordinárias da vida.

Citamos aqui alguns títulos de cordéis como recomendação de leitura:
A Chegada de Lampião no Inferno;
A intriga do cachorro com o gato;
Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho;
A História de Juvenal e o Dragão;
O Romance do Pavão Misterioso;
As grandes aventuras de Armando e Rosa conhecidos por Coco Verde e Melancia;
Entre o amor e a espada;
História de Joãozinho e Mariquinha;
O monstro do Rio Negro;
Pedrinho e Julinha A Vida de Pedro Cem e
A Donzela Teodora.




EXPEDIENTE
Fotografias: Diney de Melo e Mikaelly Franklin
Texto: Diney de Melo
Edição das fotos: Mikaelly Franklin
Monitoria: Bianca Dantas e Cecília Sales
Supervisão editorial: Ada Guedes e Rostand Melo
Comments