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Daniel Vidal, Giovanna dos Santos e Sabrina Silva

Isolamento: os efeitos da pandemia na saúde mental da população

Atualizado: 1 de jun. de 2021



Os distúrbios ou transtornos mentais são definições as quais descrevem qualquer disfunção cerebral que compromete a saúde psicológica afetando o humor, raciocínio e comportamento humano. Existem diversos tipos de distúrbios mentais, os mais comuns são aqueles relacionados à ansiedade, depressão, personalidade, movimentos, alimentação e etc.


Alguns problemas psíquicos mais comuns na sociedade são:


Depressão

A depressão é caracterizada por uma tristeza profunda cuja duração persiste por mais de duas semanas. Além disso, há a irritabilidade fácil, angústia, desânimo, insegurança excessiva e sensação de ser incapaz de sentir sentimentos prazerosos.


Para o tratamento da depressão, é indicado obter um acompanhamento com um psiquiatra para que haja uma observação dos sintomas e ter ciência da gravidade do quadro. O uso de medicamentos antidepressivos prescritos pelo profissional é muito comum, porém, praticar exercícios físicos, reduzir a ingestão de drogas como o álcool, relacionar-se com familiares e amigos também pode ajudar.


Ansiedade

Conhecida como a doença do século, a ansiedade torna-se cada vez mais comum. A cada quatro pessoas, pelo menos uma possui esse distúrbio. Seus sintomas interferem na vida cotidiana por serem excessivos e obsessivos, sendo eles: medo, nervosismo, preocupação exagerada e apreensão.


Para o tratamento da ansiedade, é indicado a realização de psicoterapia com o psicólogo e também obter um acompanhamento com um psiquiatra para a avaliação dos sintomas e sua gravidade. O psiquiatra pode receitar antidepressivos para a melhora e/ou alívio. Entretanto, praticar exercícios físicos, regular o sono, fazer atividades tranquilizantes como: meditações, dança e yoga são ótimas opções para quem sofre disso.


Transtorno de Bipolaridade

O transtorno de bipolaridade é marcado por alterações no humor, possuindo episódios de euforia (mania), depressão e períodos intercalados entre os dois. Os sintomas são a instabilidade contínua do humor. Na euforia (mania) pode-se enxergar a sensação de extremo bem-estar, hiperatividade, impulsividade, diminuição do sono e da concentração. Já as características da depressão envolvem humor deprimido, pensamentos negativos (até mesmo suicidas), perda ou ganho de peso e tendência a isolamento.


O tratamento é feito por meio de terapias e uso de medicamentos anticonvulsivos e antipsicóticos prescritos pelo psiquiatra. Devido a doença recém-descoberta, a COVID-19, é necessário o isolamento social para evitar a proliferação do vírus. Com isso, a preocupação e o medo excessivo têm aumentado constantemente e a sociedade adquiriu ainda mais problemas como a ansiedade e depressão - tornou-se um desafio lidar com os transtornos mentais nesse

contexto em que estamos inseridos.



Estatísticas mostram o impacto da pandemia na saúde mental

No ano de 2020, a busca por antidepressivos aumentou em 17% no Brasil e os estados do Amazonas e Ceará lideram o ranking entre os estados brasileiros que mais consumiram o medicamento, de acordo com o levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácias e publicado pela CNN Brasil.


Ou seja, além da exposição frequente aos perigos infecciosos proporcionados pelo novo Coronavírus, o cidadão brasileiro ainda precisa lidar com a onda crescente dos problemas psicológicos e suas consequências nocivas (pensamentos disfuncionais, estresse, dependência química, dependência de remédios, insônia etc.).


"Fake News" afetam até 90% dos brasileiros

Outro grande agravante psicológico que ganhou força na pandemia foi a difusão das ‘’Fake News’’, que consiste na replicação de notícias de procedência duvidosa e que podem afetar , negativamente , o psicológico do leitor. Essa prática é ainda mais forte no Brasil.


De acordo com uma pesquisa feita pela Avaaz.org e publicada em seu site oficial no dia 04 de maio de 2020, 9 em cada 10 brasileiros entrevistados no país viram pelo menos uma informação falsa sobre a doença, e 7 em cada 10 brasileiros entrevistados acreditaram em, ao menos, um conteúdo com informações errôneas sobre a pandemia.


Mesmo que existam diversos meios digitais para consumir as notícias, é imprescindível se manter informado através de veículos jornalísticos confiáveis durante a pandemia. Sites como a Agência Lupa (Folha de S. Paulo) , Fato ou Fake (Grupo Globo) e Agência Pública , podem ajudar a identificar informações falsas acerca dos mais diversos temas e evitar qualquer reação psicológica nociva advinda do consumo de ‘’fake news’’.


Efeitos da Covid-19 no cérebro

Os impactos da pandemia na saúde mental das pessoas também podem ter origem a partir do contato direto do organismo com o vírus, e não apenas da reação emocional motivada pelos eventos atípicos que aconteceram nos últimos meses.


De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) , o vírus SARS-CoV-2 é capaz de infectar células do tecido cerebral, tendo como principal alvo os astrócitos, células da neuróglia que são as mais abundantes do sistema nervoso central e possuem as maiores dimensões.


Os resultados também revelaram que mesmo os indivíduos que tiveram a forma leve da COVID-19 podem apresentar alterações significativas na estrutura do córtex – região do cérebro mais rica em neurônios e responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem. O estudo foi divulgado no dia 13 de outubro de 2020, na plataforma medRxiv.


Impacto do "novo normal"

A sociedade brasileira ainda não havia passado por um momento parecido com o atual, proporcionado pela pandemia e também pela ineficácia governamental em combater a disseminação do vírus. Além disso, as preocupações excessivas com a própria saúde e também com a saúde dos entes queridos se tornaram ainda mais fortes.


A necessidade imediata de adaptação mexeu profundamente com o psicológico das pessoas. Se em 2019 a caminhada até o trabalho parecia tranquila e o relógio era o único inimigo, em 2021 tem-se a necessidade de usar máscara, passar álcool em gel nas mãos , evitar locais fechados com aglomerações e , além de tudo, lidar com o ‘’home office’’ se for o caso.


Os estudantes agora precisam se adaptar ao método das aulas remotas para lidar com as atividades atribuídas pelos professores. Além disso, existe a grande possibilidade das instituições de ensino passarem por uma forte evasão escolar e universitária, visto que nem todos os alunos conseguem se familiarizar com a prática de ensino remoto e , muitas vezes ,

podem não ter acesso a uma conexão razoável de internet.



Com o fim da pandemia incerto e a preocupação com o surgimento de casos de ansiedade durante o isolamento crescendo, psicólogos e psiquiatras indicam hábitos que podem ser adotados pela população para uma melhora na saúde mental.

Algumas das recomendações dadas pelos profissionais são: manter uma rotina com horários regulados para ter uma boa noite de sono, praticar exercícios físicos, ter um momento focado no lazer e não consumir bebidas alcoólicas em excesso.

Apps para aliviar a tensão

O ambiente online também pode servir como um instrumento de ajuda nesse

momento de distanciamento social. Em 2020, depois das restrições para sair de casa,

houve um aumento no número de downloads de aplicativos para meditação. Porém,

eles não são os únicos Apps que podem servir como aliados da saúde mental na

pandemia. Outros aplicativos também podem ser perfeitos para manter mente e corpo

ativos como, por exemplo:


Nike Training Club - perfeito para quem busca se exercitar dentro de casa, está

disponível para Android e IOS.


Duolingo - ótima opção para quem está cansado da rotina e busca aprender

novos idiomas durante a quarentena. Disponível para Android e IOS.


Pluto TV - app com vários filmes e séries. Disponível para Android e IOS.



Padrões e estigmas

É de extrema importância identificar os padrões de pensamentos que possam ser prejudiciais para o indivíduo, afim de preservar sua integridade psicológica. A importância de buscar ajuda com um profissional capacitado nunca foi tão grande.


O estigma acerca dos problemas psicológicos, a falta de amparo dos familiares, os comentários superficiais feitos por pessoas sem conhecimento prévio sobre o assunto são alguns dos fatores que podem levar o indivíduo a reprimir e internalizar suas dores e frustrações, piorando ainda mais a situação.




 

FICHA TÉCNICA:

Fotografia, Pós-Produção e Redação: Daniel Vidal, Giovanna dos Santos e Sabrina Silva

Monitoria e redes sociais: Manoel Cândido , Josineide Barbosa e Louise Viana

Supervisão editorial: Rostand Melo


*Fotoilustrações na pandemia:

O Coletivo F8 optou por produzir matérias do gênero “ilustrações fotográficas” durante a pandemia como forma de manter a produção dos estudantes de fotojornalismo da UEPB respeitando os protocolos de distanciamento social. As fotoilustrações permitem ao fotógrafo criar uma cena com o objetivo de representar visualmente um tema ou pauta. O uso de objetos, cenários e, em alguns casos, edição de imagens é comum neste gênero.


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