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  • RAFAELA LAUREANO DA SILVA

A fome está cara: crise e miséria do povo brasileiro

Atualizado: 30 de mar. de 2023

A retomada pós-pandemia evidência um fenômeno que assola o cidadão brasileiro, marcado por desemprego e insegurança alimentar

Foto: Rafaela Laureano

Uma história que se repete na sociedade brasileira; fome, desigualdade social e miséria, adjetivos usados para definir a população que foram afetadas pela triste realidade vivenciada na pandemia. Após dois anos de pandemia, o número de brasileiros sem ter o que comer quase dobrou no país. Segundo os dados do Instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), o número de pessoas que passam fome no Brasil subiu para 33 milhões, fazendo com que o país tenha um retrocesso de 30 anos.





De acordo com o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social: “A insegurança alimentar segue a extrema pobreza. Quando piora a extrema pobreza, piora mais ainda a situação de fome.” A fala do economista mostra e específica o quanto a insegurança alimentar segue entrelaçada à sociedade, decretando assim desequilíbrio social. Na atualidade, mais da metade da população do país (58,7%) está em insegurança alimentar, isso reflete a imagem de uma sociedade desigual que não conhece os seus direitos declarados no artigo 6° da Constituição Federal de 1988.


Conforme a pesquisa realizada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), 3 em cada 10 famílias relatam redução parcial ou severa no consumo de alimentos. As regiões mais afetadas com essa triste realidade são o Norte e o Nordeste, com 4 em cada 10 famílias, comparando com as outras regiões que chegam até 3 em cada 10 famílias afetadas. No campo, essa falta alimentícia atinge cerca de 60 % das casas, 18,6% desses 60% são famílias que convivem diariamente com a fome , valor do qual remete maior média nacional. Sem contar as famílias com crianças menores de 10 anos, a fome dobrou ao decorrer dos últimos anos na sociedade brasileira.


Segundo aos estudos realizados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) , o número de pessoas em situação precária de fome se eleva quando os cidadãos se autodeclara uma pessoa preta ou parda, isso mostra o quanto a comunidade em si é desigual e preconceituosa, principalmente em relação á vivência de compreender os seus direitos como cidadão. Em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros nessas condições, aumento de 7,2 em relação ao início da pandemia de Covid-19.


"PRATO CHEIO"

Na Paraíba, o projeto Prato Cheio com a iniciativa do Governo Estadual em parceria com a Secretária de Desenvolvimento Humano (Sedh) e a Arquidiocese da Paraibana introduziram os alimentos para as pessoas com vulnerabilidade de ruas, contando com mil refeições diárias para a população.


O projeto serve 3 refeições diárias nas praças centrais de Campina Grande, Patos e Guarabira, onde são servidas mais de 5,2 mil refeições. Em João Pessoa, mais de 4 mil refeições- café, almoço e janta, são distribuídas no Lago da Igreja de São Francisco, na orla de Manaíra e em Cabo Branco. O projeto foi criado em período pós pandêmico, com a centralidade de garantir ás pessoas com dificuldade alimentar um pouco de dignidade e valores alimentícios, visando o objetivo principal: "Mobilizar e coordenar financiadores para mitigação dos efeitos da Covid-19, com ação direcionada à distribuição de itens essenciais, fortalecendo solidariedade."

Foto: Rafaela Laureano

O cidadão João que reside na cidade de Guarabira, é um dos beneficiados do projeto Prato Cheio." Gosto muito do alimento, é uma comida de qualidade e o projeto é de grande ajuda para mim e minha família, sempre venho buscar aqui na praça", declara.

Foto: Rafaela Laureano

O projeto veio como uma ferramenta de grande ajuda para muitas famílias em situação precária de fome afetadas pela Covid-19. O Brasil está vivendo uma realidade desumana, onde é observado vidas em contexto de desigualdade social, vidas que não têm o mínimo de dignidade, sem ao menos conhecer os seus direitos declarados na Constituição Federal do seu próprio país, a realidade é dura para os moradores e não é fácil lidar com essa vida.


Alimentação, moradia e saúde de qualidade, é o direito de qualquer pessoa sem exceção, não importa a raça, cor e gênero. O Brasil está longe de viver uma realidade igualitária, isso reflete apenas o contexto de soberania entre as classes sociais estabelecidas no país, e as pessoas mais afetadas por essa realidade são aquelas vítimas de um Governo que não pensa na sociedade que está governando. Fazendo com que o país viva em retrocesso econômico, social e humanitário.


O que mudou a vida de muitos na pandemia foi a expressão no olhar, sofrimento, sede e o pouco de esperança que restava para um futuro melhor. Retrato que define a trajetória de pessoas não reconhecidas como cidadãos, mas que carrega em seu rosto as dificuldades estabelecidas numa vida sofrida. A pandemia foi um período de muita escassez para população brasileira e para as regiões com o índice elevado de pessoas passando fome, como em Guarabira no interior da Paraíba, havendo desemprego, cidadãos desabrigados, pessoas com o medo de sair de casa e não ter o que comer quando chegar.


Confira abaixo mais imagens desse projeto:

 

Ficha Técnica:

Produção e Reportagem: Rafaela Laureano e Maycon Viana

Supervisão Editorial: Rostand Melo

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