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  • Jéssica Oliveira

Saúde mental: a influência do bem estar na produtividade

Atualizado: 11 de mai. de 2021



Em uma conjuntura abalada pela crise mundial sanitária e econômica, as pessoas se viram em um beco emocional sem saída. O isolamento social, a perda de familiares, a iminência do contágio, a falta de renda e o desemprego são apenas alguns dos problemas mais imediatos. Em estudo publicado em maio de 2020, a ONU (Organização das Nações Unidas) chamou atenção para a necessidade urgente de ampliar os investimentos em serviços de saúde mental durante a pandemia.


Uma outra pesquisa realizada pela Área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, em parceria com a MindMiners, apontou que 54% dos cidadãos estão extremamente preocupados com a situação da Covid-19. O levantamento foi realizado com 4.693 brasileiros, que é também a nacionalidade mais afetada pela pandemia no que concerne à apresentação de ansiedade.


A empresa de pesquisas Ipsos revelou um estudo, em julho de 2020, detectando que 41% dos brasileiros declararam sentir ansiedade, de acordo com sondagem dentro do contexto da pandemia, e que este é o maior índice dentre os 15 países pesquisados.


O aumento nos sintomas não só de ansiedade como também de depressão foi geral em diversos países. Tomando como exemplo a China, onde o surto do vírus começou, as taxas de depressão e ansiedade durante a pandemia são de, respectivamente, 50% e 45%.


A urgência em melhorar o sistema da saúde pública nunca foi tão efervescente em toda a década, pois acima de tudo a pandemia mexeu com o bolso dos cidadãos. O impacto financeiro é imensurável e irreparável em diversos casos isolados, como no de pequenos negócios, empreendimentos e comércios locais que tiveram que encerrar de vez devido à interrupção das atividades e à falência.


Uma outra pesquisa que vale a pena citar como base é a da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que registrou que os casos de ansiedade e estresse mais do que dobraram, enquanto os de depressão tiveram aumento de 90%. O quadro não surpreende, uma vez que os serviços somaram-se ao confinamento social, levando ao aumento da pressão no trabalho profissional e no trabalho doméstico, com a acumulação de tarefas e a sobrecarga acentuando a situação.


A alimentação, o sono e o bem estar das pessoas, assim, ficam prejudicados, e por fim, o rendimento decai. Outro motivo é a obrigação em sair de casa para trabalhar diariamente que algumas pessoas possuem, o que é um outro fator agravante para apresentar os maiores níveis de adoecimento mental.


Em resposta a todo esse crescimento dos problemas de saúde mental, a procura por tratamento se tornou mais essencial ainda, e muitas empresas tiveram que adaptar seus serviços para viabilização online, graças também à interrupção dos serviços durante o lockdown e ainda mesmo depois da reabertura do comércio, à baixa demanda presencial


O GetNinjas, maior aplicativo para contratação de serviços na América Latina, vêm monitorando o impacto da pandemia nos serviços autônomos, e identificou em pesquisa que a partir da disponibilização de atendimento remoto, a busca por atendimento psicológico aumentou em média 25% só nas duas primeiras semanas de abril, e cresceu mais do que 49% entre os dias 17 e 23 de maio.


Além do setor privado, uma reformulação adequada dos serviços no âmbito da saúde é altamente necessária para servir bem à população no combate à Covid-19. A diretora do Departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o ideal é desenvolver e financiar planos nacionais que mudam o atendimento das instituições para os serviços comunitários, com o objetivo de cobrir as condições necessárias de saúde mental em pacotes de seguro de saúde, recursos humanos e assistência social para a população.


Neste momento, é estritamente fundamental que parta do governo e das autoridades locais a criação de políticas públicas de fornecimento de alimentação e checagem psicológica remota, como também o apoio a ações comunitárias e locais que estimulem o engajamento da comunidade para preservar os grupos de risco e respeitar as medidas de segurança e de enfrentamento à disseminação do vírus.


De acordo com a Psiconeuroimunologia, campo científico que estuda as ligações entre o cérebro, comportamento e sistema imunológico, a proteção do corpo está ligada diretamente a fatores psicossociais, ou seja, aos estados emocionais e a níveis de estresse que o indivíduo esteja sujeito a sentir. Estudos feitos nesta área mostram que características pessimistas como o desânimo estão diretamente ligadas à piora do funcionamento do sistema de defesa, atingindo a produção de anticorpos.


Na busca de amenizar este cenário de forma efetiva, é essencial o cuidado tanto com a saúde física quanto mental: procurando hábitos simples que contribuam para uma vida mais saudável.


Dicas de como preservar a saúde mental durante a quarentena



1- Estabelecer uma rotina


O cotidiano do mundo inteiro foi modificado e adaptado para diminuir os riscos à saúde por conta da Covid-19; o isolamento social foi um dos principais métodos para prevenir a disseminação do vírus e, por esse motivo, trabalhar e estudar em casa se tornou uma realidade. Antes o dia a dia se baseava em horários certos para cada afazer e, agora, tudo parece ter se misturado. Manter uma rotina organizada cria no cérebro uma capacidade de repetição, o que facilita e viabiliza a realização de tarefas. Por isso, programar o dia ajuda a criar bons hábitos e eliminar os ruins e ajuda no equilíbrio emocional.



2 - Tirar um tempo para si mesmo


Ter um momento para si mesmo também é essencial para a saúde mental. Atividades como ler um livro, fazer exercício físico e ouvir música ajudam a aliviar o estresse. Ao longo dos séculos, por exemplo, o uso terapêutico da música tem sido usado para relaxar e restaurar a saúde. Exercícios físicos podem ser feitos em casa, com a utilização do Youtube e aplicativos voltados a essa temática, assim como meditação e yoga.



3 - Praticar algum hobby ou atividade criativa


Através de hobbies é possível diminuir o estresse ao focar em uma única atividade por um certo período de tempo, além de aumentar a sensação de produtividade e eficiência. Existe uma infinidade de hobbies que podem ser aderidos durante a quarentena; como a pintura, jardinagem, culinária, escrita, dentre outros.



4 - Se alimentar adequadamente


Uma alimentação saudável garante uma boa nutrição e o funcionamento de todo o corpo e, por conseguinte, contribui para o fortalecimento do sistema imunológico. Para o caso de algum mal estar, sempre há a opção fácil e acessível de chás.


É importante, quando possível, escolher de forma consciente o que comer, optando por alimentos frescos e variados, ricos em vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos. Não somente auxiliares para a saúde física, vários estudos epidemiológicos demostraram que padrões alimentares saudáveis estão ligados à redução do risco e da prevalência da depressão e suicídio.

 

FICHA TÉCNICA:

Fotografia e reportagem: Carolina Gomes e Jéssica Oliveira

Arte por: Jéssica Oliveira

Supervisão editorial: Rostand Melo


*Fotoilustrações na pandemia:

O Coletivo F8 optou por produzir matérias do gênero “ilustrações fotográficas” durante a pandemia como forma de manter a produção dos estudantes de fotojornalismo da UEPB respeitando os protocolos de distanciamento social. As fotoilustrações permitem ao fotógrafo criar uma cena com o objetivo de representar visualmente um tema ou pauta. O uso de objetos, cenários e, em alguns casos, edição de imagens é comum neste gênero.

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