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  • Ana Claudia Santos, Carolina de Lira, Maria Talita

Bênçãos e aflições lapidaram o caráter e a fé de Maria Zita


Foto: Carolina Lira / Coletivo f8

Juazeirinho, pequena cidade do interior Paraibano, traz de suas origens uma filha da qual só pode se orgulhar. Maria Zita Albasan, é jornalista, professora e cristã e está sempre com um sorriso no rosto, espalhando alegria por onde passa. Sempre determinada, correu atrás de seus objetivos desde muito nova.

Desde pequena, Maria Zita tem uma ligação intensa com Deus e ainda que resistisse em aceitar isso, Ele fez ela perceber. Seu nome, é em homenagem a Santa Maria Zita, a quem hoje ela tem muita devoção e carinho. Quando ela nasceu, o seu pai mandou um dos filhos ir ao cartório registrá-la, típico de cidade pequena, e chegando o lá, curiosamente, o seu nome que seria Cristiane, foi modificado pelo menino.



Ela nasceu “laçada” (cordão umbilical envolto ao pescoço) e tinha-se a superstição de que a menina que nascesse assim deveria ter “Maria” no nome, e Zita porque era o dia da Santa, explicou o menino a escrivã que achou estranha a troca dos nomes.

Apesar de ter odiado o nome durante a adolescência, quando adulta foi em busca da origem dele e ficou sabendo da história da Santa, a qual ela conta com verdadeiro amor sempre que perguntam.

Em contrapartida ao que muitos pensam, Maria Zita nem sempre foi uma pessoa devotamente apaixonada pelo meio religioso. Ainda pequena, já dava seus primeiros passos na caminhada cristã,. Seu pai, sempre ajudava nos serviços pastorais, e sua mãe, por sua vez, era uma mulher bastante religiosa.


Foto: Sandy Heloise / Coletivo f8


Inicialmente ela via a ida a igreja com seus pais como algo cruel, uma tortura, tendo em vista que enquanto ela estava passando um tempo na igreja assistindo a missa, suas amigas estavam na pracinha brincando e se divertindo.

Entretanto após algum tempo, ela começou a ver os lados positivos de frequentar a igreja, já que seu pai era a pessoa que recolhia o ofertório. Com a inocência de uma criança, Zita pensava que a quantia arrecadada das ofertas na igreja eram para ele. Então ela corria para a sacristia ao final do momento do ofertório nas missas, com a intenção de conseguir um pouco desse dinheiro. Foi aí então que seu pai explicou que tal dinheiro não poderia ser dado, pois não pertencia a ele, mas sim, para o amparo da igreja. Esse foi um de seus primeiros aprendizados sobre o meio religioso.

Em um futuro inevitável com a morte de seu pai, Maria Zita já adolescente mudou-se para a cidade de Campina Grande, onde começou a frequentar a igreja do Rosário; na época como estava sempre envolvida com os adolescentes do bairro, ela começou a participar de um coral por dois anos. Depois de algum tempo devido a alguns acontecimentos em sua vida, a jovem foi deixando aos poucos de ir à igreja, comparecendo esporadicamente a apenas algumas a exemplo das missas natalinas. Aproximadamente aos seus 20/21 anos de idade, ela se afastou bem mais da igreja, tornando-se uma “católica de IBGE” como disse, pois quando alguém perguntava a ela qual era sua religião ela dizia – “católica não-praticante”.

Passando-se algum tempo, Zita começou a voltar gradativamente para igreja, logo após seu sobrinho de 15 anos, que atualmente está com 30, chamá-la para ser madrinha de crisma dele. Depois desse acontecimento, ela então se inscreveu para participar da crisma junto com ele - momento que segundo ela foi muito especial em suas vidas.


A fé de Maria Zita foi posta a prova em dois momentos, que foram muito difíceis na jornada de sua vida.

O primeiro, ocorreu quando foi descoberto que a sua mãe Rosa, estava com câncer de mama em estágio avançado, tendo o médico estipulado um prazo de vida de 3 a 6 meses.

Foto: Rozy Albuquerque / Coletivo f8


Essa notícia deixou Zita bastante abalada, como a própria ressaltou: "O filho não está preparado para perder os pais, e os pais não estão preparados para perder o filho, e imaginar que cada dia que eu acordar é um dia a menos na vida de minha mãe, foi muito difícil pra mim ".

Porém, em nenhum momento ela perdeu sua fé. Foi aí que, juntamente com sua irmã, elas decidiram realizar uma promessa a Nossa Senhora Santana: "Eu pedi que ela aliviasse o caminhar de minha mãe, não pedi cura, mas sim, o alívio ". Depois de 3 meses de radioterapia, foi realizada uma nova mamografia que detectou que não havia mais vestígios de câncer: "foi cura, foi Deus, foi milagre!”.

O segundo fato ocorreu no ano de 2013, quando seu esposo sofreu um infarto, ficando na UTI do Hospital João XXIII durante 3 dias, e logo em seguida foi transferido para a UTI da Clínica Santa Clara. De acordo com o médico, seria necessário o implante de 5 stents (tubo ou anel introduzido na artéria coronária, cujo lume foi obstruído com o objetivo de recanalizá-la) devido ao fato de todas as suas artérias estarem obstruídas. Novamente, Zita permaneceu firme em sua fé.

Ela encontrava-se em uma pequena capela no hospital, quando visualizou a imagem de Nossa Senhora que estava ao seu lado, ajoelhou-se em frente a ela e disse: "Nossa Senhora, você já fez muito porque ele está vivo, mas faz mais um pouquinho". Em questão de poucos segundos o médico responsável pelo caso abriu a porta e explicou que foi feita uma nova avaliação pela equipe, e só seria necessário ser colocado 1 stent: " foi aí que percebi mais um milagre acontecendo em minha vida " , destacou Zita .

Em toda jornada religiosa de Maria Zita houve um padre o qual até hoje ela admira muito, o Padre Antônio, que era muito amigo de sua mãe, e que atualmente é chamado de monsenhor Antônio, um idoso de 85 anos, muito conhecido na Catedral em Campina Grande. Depois dos 10 anos de vida da sua mãe após o primeiro câncer (de mama), ela apresentou um novo câncer, desta vez no cérebro, permanecido durante 3 meses de sua vida. A mãe de Zita pedia sempre para que o marido da filha procurasse o seu amigo padre Antônio, para conversar com ele.

O tempo foi passando e ainda doente, sua mãe passou sete dias internada: “eu lembro bem a época, era dia 30 de junho, o Parque do Povo bombando... E aí, hoje eu entendo muito quem reclama que está no hospital e o Parque do Povo funcionando, porque eu estava no João XXIII e escutava o barulho de lá, do leito da minha mãe”. Seu marido, percebendo que a mãe de Zita estava os deixando, decidiu procurar o padre Antônio para atender o desejo da mãe dela, que era de vê-lo e conversar com ele antes de partir. Este padre, que estava celebrando uma missa na igreja do Rosário, imediatamente foi até o hospital junto ao esposo de Zita,ver a mãe dela.

Chegando lá, ele fez algumas orações e conversou com ela. Quando já estava indo embora, segurou a mão dela e falou: “Rosa, não tenha medo de partir não, você foi uma pessoa muito boa nessa vida. Nossa Senhora lhe espera do outro lado, querendo pegar em sua mão”. Então, ela abriu seus olhos para ele e disse: “Antônio, adeus!”. E em um cenário de choro e despedida, no dia seguinte ela foi para os braços de Nossa Senhora, e esse se tornou um dos momentos mais marcantes na religiosidade da vida de Maria Zita.



Por fim, Zita diz que pode resumir sua fé e religião em uma passagem bíblica que ela já viu até em para-choque de caminhão: “O senhor é meu pastor e nada me faltará”. Para ela, absolutamente nada lhe faltou até hoje; “falta dinheiro às vezes” - brincou ela - mas no que se refere a bênçãos, ela se considera tão abençoada que costuma se perguntar: “por que tanto?”. Ela ainda diz que ninguém se prepara para seguir a Deus com amor, só se prepara com a dor: “é preciso passar pelas provações, para saber que quando se está em um momento de felicidade, é porque foi preparado para isso”.

Ficha Técnica:

Supervisão editorial Coletivo F8: Rostand Melo e Maria Zita.










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