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  • Amanda Ketlyn, Giovanna Ribeiro

Gilmara: voluntária promove alegrias e enfrenta tristezas

Atualizado: 8 de set. de 2020


Por trás de um jaleco branco e um nariz de palhaço, existe uma pessoa com suas próprias particularidades e desafios. Já imaginou alguém promover alegria à pessoas carentes ou em leitos de hospitais e ao mesmo tempo presenciar a tristeza da perda? Gilmara Diniz possui essa dualidade em sua vida. A mulher de 27 anos, é integrante do projeto social Doutores do Sorriso Paraíba e trabalha como operadora de telemarketing no cemitério Campo Santo da Paz, em Campina Grande.

Pela busca incansável de levar alegria àqueles que precisam, Gilmara Diniz Rodrigues, ingressou em um projeto social que veio a ser findado, mas decidiu em conjunto com outros quatro amigos, não parar com o trabalho voluntário. Hoje, ela é coordenadora do Projeto Social Doutores Do Sorriso Paraíba, fundado em 22 de fevereiro de 2016 com a média de 60 pessoas.

Mulher morena de cabelos lisos com um nariz vermelho de palhaço e com rosto pintado com corações.

Com as ironias da vida, seu trabalho voluntário se difere totalmente do seu trabalho profissional. A estudante de Letras-Português pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) além da alegria que ela proporciona com seus colegas nas ações coletivas, existe uma mulher que ganha seu dinheiro trabalhando como operadora de telemarketing no cemitério Campo Santo da Paz, em Campina Grande. Mesmo integrante da parte de cobrança, ela sabe de todos os procedimentos como o sepultamento, exumação, translado e cremação. “Eu quero ser cremada”, confessa Gilmara.

A doutora do sorriso, mesmo com poucos anos de idade, possui um histórico de extremos em sua vida. Hoje solteira, já foi noiva de um relacionamento que não deu certo. Fez cursos de teatro e cinema, nos quais se identifica e ingressou no bacharelado de jornalismo. “Eu escolhi jornalismo para aparecer na televisão, mas quando eu vi que não era o que eu estava pensando, eu desisti do curso. Como eu gosto muito de ler e escrever, decidi fazer letras-português.”, relata o fim do jornalismo em sua vida e o início de um novo ciclo acadêmico.

Já teve síndrome do pânico quando trabalhou no Call Center - A&C - de Campina Grande e relata como foi difícil essa fase de sua vida, tomando remédio para conseguir dormir e remédio para se acalmar " (...) passei por momentos muito difíceis na minha vida.” Adquiriu a depressão também, devido a muitos problemas que teve em sua vida e tudo isso fez com que ela e mais quatro amigos criassem os doutores do sorriso, foi devido a vida de cada um. Gilmara passou por fases complicadas durante sua trajetória e nela encontrou um motivo para buscar ajudar as pessoas.

A voluntária conta que o trabalho dela e dos seus companheiros de projeto é impulsionado pelo desejo de fazer o bem acima de qualquer coisa. Sem que haja nenhum vínculo político ou religioso, eles realizam visitas em diversos locais como asilos, orfanatos, igrejas, não existindo nenhuma distinção entre eles. Hoje, com 36 pessoas engajadas, o projeto visa realizar ações que vão além das visitas aos hospitais, como mobilizações para ajudar famílias carentes, distribuição de alimentos e de roupas. Tudo isso com o único objetivo de ajudar quem mais precisa.

Ao ser questionada sobre algum caso marcante durante os dois anos da fundação do projeto, ela conta que as visitas específicas a emocionam mais pelo fato de ter um maior tempo de conhecer a história de vida da pessoa. Em conversa ela cita o caso de Shirley, uma criança que teve paralisia cerebral logo quando pequena: "Ela entendia tudo, só não falava. E foi emocionante porque quando a gente chegou no quarto, ela começou a gritar de alegria, começou a pular com o corpinho na cama, soltava beijo e todo mundo se emocionou. Não teve quem saiu de lá sem chorar."

Sem vínculo com empresa ou com órgãos, quem arca com todas as despesas são os voluntários. Possuem o compromisso do caixinha de 5 reais por mês, que cada voluntário participa pra poder comprar tinta, acessório, nariz de palhaço, apito e arcar com todas as despesas do projeto. “Nós que vamos atrás das feiras para doação, tudo isso a gente é que faz.”

Confira mais fotos no slide-show a seguir:

Ficha Técnica:

Supervisão editorial Coletivo F8: Rostand Melo e Maria Zita.

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