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Karolina Matias, Nadynni Cabral e Sabrina Sousa

Artista paraibana de Soledade traz amor e misticidade em suas obras



Há quem diga que viver de arte não é possível. Mas, quem tem apoio, sabe da importância da valorização do outro sobre seu trabalho. Nathalie Cordeiro, com 21 anos, está começando no mundo das vendas , inclusive on-line, de produtos artesanais. Paraibana de Soledade, no agreste paraibano, a artista conta com amparo de família e amigos para percorrer, com muito amor, esse novo caminho. Confira a seguir a entrevista exclusiva feita por Sabrina Sousa.


Coletivo F8 - Nathalie, qual sua idade , você nasceu na Paraíba?


Nathalie Cordeiro - Tenho 21 anos, sou paraibana. Eu moro em Soledade , nunca me mudei.


Coletivo F8 - Cursa ensino superior?


Nathalie Cordeiro - Não, no momento não. Mas pretendo cursar Arte e Mídia em outro lugar, mas ainda não me planejei.


Coletivo F8 - Arte e Mídia, é um curso relacionado com o que faz atualmente? O que você produz?


Nathalie Cordeiro - Um pouco, o curso Arte e Mídia abrange todos os tipos de arte e eu tenho muita vontade de estudar sobre cada uma delas, descobrir coisas novas. Tenho muita vontade de conhecer e aprender mais do cinema, fotografia, música, teatro, mídias, entre muitas outras coisas que só vou descobrir quando conseguir entrar para o curso. Atualmente eu produzo incensários e móbiles feitos com cerâmica fria , pinto tapeçarias e quadros em MDF e personalizo roupas e faço algumas pinturas em paredes.



Coletivo F8 - Suas obras são produzidas sempre considerando algum tema específico?


Nathalie Cordeiro - Não necessariamente, porque trabalho com encomendas, então a criação é diferente e os temas também. Porém no momento estou focada em produções com temas místicos, iniciando no mundo das vendas, e ganhando pelo meu trabalho.


Coletivo F8 - Como você atrai seu público e consequentemente vende suas obras?


Nathalie Cordeiro - Utilizo principalmente o Instagram, art.nathaliie, através de fotos e vídeos atraio pessoas da minha cidade e de outros lugares e consigo vender. Uma coisa que estou fazendo é colocando frases, textos interessantes sobre o "tema" dos meus produtos. Exemplo: quando divulguei meus incensários eu fiz um post explicando para que serve o incenso. Algumas pessoas não sabem e nem tem interesse em ir procurar saber, então eu explicando no meu perfil as pessoas vão ler e criar uma curiosidade em saber qual a sensação de usar o incenso, e assim comprar um incensário, que já mando com um incenso como brinde para o cliente já ter a experiência de imediato. Outra coisa simples que faço é colocar hashtags nas fotos com palavras relacionadas ao produto. Quem procurar aquelas hashtags é porque se interessam naquele tema e de cara vai aparecer as fotos dos produtos.


Coletivo F8 - Desde criança você teve facilidade com a pintura? Como os outros a sua volta enxergam sua arte?


Nathalie Cordeiro - Mais ou menos, quando era criança só lembro que fazia pinturas em folha de ofício, meio abstrato (risos). Depois que fui crescendo fazia por hobby e comecei a ter mais facilidade. Toda vez que terminava algum desenho eu corria para mostrar aos meus familiares, sempre recebiam de forma muito positiva.



Coletivo F8 - Seu trabalho profissional com arte é recente, então qual a sua maior dificuldade como iniciante nessa área?


Nathalie Cordeiro - Minha maior dificuldade é o dinheiro para investir. Trabalhar com arte vai do gasto com materiais (telas, pincéis, verniz, tintas, cerâmica fria), até os gastos com embalagens para entregar tudo com muito amor, que é o que eu coloco na minha arte. Quero que as pessoas sintam esse amor a partir do momento que abrem a sacola. Então é bastante investimento e como comecei há pouco tempo, o retorno financeiro ainda é pouco.


Arrisque, seja você! E coloque amor naquilo que você faz, com um tempo as coisas vão fluindo e se encaixando.

Coletivo F8 - Existe uma pergunta clichê “é possível viver de arte no Brasil?”. Com a dificuldade de investir, seria sua arte o seu único sustento ? Você tem outra renda ou patrocínio?


Nathalie Cordeiro - Sim, me sustento apenas com minha arte, sem outra renda ou patrocínio. É possível viver de arte no Brasil, mas é um caminho complicado e longo até atingir um público e ser reconhecido. Esse processo lento exige do artista muita paciência e persistência, muitas vezes passa pela cabeça desistir, mas acredito que o amor por aquilo que fazemos é o que nos sustenta.


Coletivo F8 - Esse amor que você entrega a sua arte, como aconteceu/acontece ?


Nathalie Cordeiro - Com 13 anos comecei a me maquiar, algo mais artístico. Creio que esse foi o pontapé inicial, porque percebi que fazia aquilo com muito amor, pensei : faço arte no meu rosto, eu consigo fazer em telas, paredes etc”. E assim posso dizer que começou o amor pela minha arte atual. Amo a arte como um todo.


Coletivo F8 - Qual ou quais artistas influenciam as suas produções?


Nathalie Cordeiro - Duas artistas que me influenciam muito são a Ana Karina (mulherdetodas) e a Mikaela Serur (mikaserur). Acompanho o trabalho delas pelo instagram. E vejo muitas artes no Pinterest, outro site muito bom.



Coletivo F8 - Uma definição para misticismo seria o contato com uma verdade espiritual através da experiência direta ou intuitiva. Você viveu algum momento místico aflorando suas ideias e criatividade?


Nathalie Cordeiro - Sim. Comecei a buscar o autoconhecimento espiritual há uns 3 anos e desde então vejo o quanto isso refletiu de uma forma positiva em mim, busco as energias da lua e do Sol e me conecto bastante com a natureza para escutar minha intuição.


Coletivo F8 - Pelo instagram o cliente faz um pedido. Como é seu processo de criação de uma obra? Você avalia algo da personalidade? Ou é algo natural?


Nathalie Cordeiro - De início faço perguntas que ajudam no processo criativo e consigo entender sobre a personalidade do cliente. Por exemplo: se o cliente pedir um desenho de uma árvore da vida, eu vou perguntar se ele gostaria que eu fizesse um céu por trás, um pôr do sol ou um céu a noite bem estrelado. Depois das respostas e tudo anotado, busco algumas referências no Pinterest e começo a esboçar.


Coletivo F8 - Você vende pelo instagram, isso pode te afastar de conhecer o comprador. Qual a sensação de saber que sua arte está "por aí"?


Nathalie Cordeiro - É uma sensação maravilhosa. Saber que a pessoa gostou do meu trabalho, se identificou e quer dentro do seu lar. É de grande importância para mim pois minha arte vai estar fazendo parte de um pedacinho do dia a dia daquela pessoa. Para deixar o ambiente mais aconchegante e agradável ou um item para um momento do dia que a pessoa for meditar e acender um incenso em um incensário feito 100% por mim….Pensar nisso é incrível!


Coletivo F8 - É algo tão íntimo e único. Em poucas palavras, é possível definir sua arte e o que você sente ao pintar?


Sou grata por agora estar em um lugar onde me sinto bem e posso ser eu mesma.

Nathalie Cordeiro - Eu defino como entrega, dedicação, paciência, amor e sensibilidade. Eu me encontrei na arte, é uma sensação como se antes eu estivesse perdida e agora voltei ao meu lugar. Sou grata por agora estar em um lugar onde me sinto bem e posso ser eu mesma.


Coletivo F8 - Qual a mensagem você teria para quem deseja começar a vender suas próprias produções artísticas e ainda não tomou iniciativa?


Nathalie Cordeiro - Geralmente todo artista tem receio de começar a expor e vender suas artes, e eu entendo isso muito bem, porque eu também tinha. Vem a insegurança, o medo das pessoas não gostarem e até rirem. O que eu diria? só vai! Se bater a insegurança faz com insegurança mesmo, se for esperar estar 100% pronto nunca vamos fazer nada. Então se arrisque, seja você! E coloque amor naquilo que você faz, com um tempo as coisas vão fluindo e se encaixando.

 

FICHA TÉCNICA

Fotografia: Sabrina Sousa

Supervisão editorial: Rostand Melo


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