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Felipe Cavalcanti, Ítalo Silva e Juliana Oliveira

Conheça a jornalista Aline Galdino: vida pessoal e carreira na TV

Atualizado: 8 de dez. de 2020


Jornalista Aline Galdino

Funcionária em salão de beleza, vendedora em loja de material de construção, freelancer na comunicação, voluntária do Crescer, estagiária de marketing no Partage Shopping, estagiária de produção na TV Paraíba e assessoria na STTP. Estamos falando da trajetória da jornalista Aline Galdino Costa Sousa, natural da cidade de Campina Grande-PB. Atualmente tem 27 anos e exala simpatia, carisma e profissionalismo pela TV Correio na capital João Pessoa.


Infância

Filha mais velha da família, Aline relata que na infância foi bastante mimada pelos pais até os seus dez anos de idade e extremamente dependente deles. Em suas falas, Aline ainda lembra que nem sempre tudo foi um mar de rosas e ela teve que aprender com a realidade que estava prestes a vivenciar.


A sua família estava passando por uma quebra financeira e ela tinha perdido o título de “caçula”, uma vez que seu irmão tinha acabado de nascer. Esses dois acontecimentos, mas especificamente a quebra financeira dos seus pais, levaram a garota que antes era mimada, a acordar para a vida e aprender a ser independente na “marra”.


Ao adentrar no ensino médio, iniciaram os questionamentos sobre qual curso de graduação desejava. Aline desejava, por paixão, cursar medicina veterinária, mas sua família não apoiou, visto que ela tinha apenas 17 anos e teria que mudar de cidade, saindo de Campina Grande e indo morar em João Pessoa.


Então, ela optou por sua segunda opção, a área de comunicação. Tentou Educomunicação na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde se formou. Ao iniciar os estudos, quando perguntada pelos professores o que ela desejava, Aline tinha uma única certeza: Fazer televisão.


Aline Galdino apresentando o programa Mulher D+

Jornalismo


Mesmo considerando que estava sendo desestimulada por alguns professores durante a graduação e enfrentando a dificuldade de conseguir adentrar no mundo do telejornalismo, ela sabia que “seria difícil, mas não impossível”. Aline foi persistente, confiante e determinada em busca de realizar seu sonho, mas para conseguir a concretização dele, ela teve que “ralar” um bocado.


O segredo de Aline é fazer do limão, uma limonada, ou seja, aproveitar das oportunidades, fazer novos contatos (atitude essa que ela reforça durante a entrevista) e demonstrar seu talento. Seu primeiro contato com o jornalismo foi durante o São João de Campina Grande, onde ela foi recepcionista da barraca da União e sua única função era falar para o pessoal, “Olá, sejam bem-vindos a barraca União”.


E a partir desse trabalho ela teve contato com câmera e microfone, uma vez que o rapaz responsável pela barraca sugeriu a Aline fazer entrevistas com as pessoas que fossem visitar a barraca. Mesma enfrentando o nervosismo e resistindo ao microfone, ela concordou. Ela relembra “tem o vídeo e mostra que eu bati o microfone na boca da menina, tava gritando bem alto[…]”


Buscando sempre evoluir e adquirir cada vez mais experiência, a jornalista se oferecia para todo evento que precisasse de voluntários, seja de fotógrafa, de assessora, realizava também freelancer sem cobrar nada e nesses trabalhos buscava manter diálogo com jornalistas já formados e fazia questão de reforçar, “eu quero tanto ser repórter”.


Até que um dia foi a um show de Kid Abelha e conheceu a jornalista Patrícia Rocha e falou a mesma coisa “meu sonho é ser repórter e trocamos contato”. Quando abriu seleção para estágio na TV Paraíba, Aline teve indicação da própria Patrícia e de outro amigo, o que chamou atenção de Carlos Siqueira, apresentador e chefe de redação da emissora. Após uma prova escrita e entrevista, ela foi aprovada e começou o seu estágio na produção da TV Paraíba, afiliada Rede Globo em Campina Grande.


Aline reconhece que a TV Paraíba foi seu berço, foi o local que deu a oportunidade dela conhecer dois cinegrafistas, Popó Calisto e Damião Tomé. Eram eles que passavam todo ensinamento de como deveria manusear um microfone e como ficar diante da câmera. A passagem pela emissora foi marcante, mas dolorosa na saída.


Após o estágio terminado na TV Paraíba, a jornalista passou pelo portal suamusica.com e logo após, iniciou trabalhos de freelancer para o Paraíba Todo Dia. Mesmo com a vontade e o desejo de trabalhar, o período de portas fechadas chegou para Aline e o desespero foi apresentado para a jornalista, decidiu fazer um teste para o canal Esporte Interativo, onde teve que fazer um stand-up de 3 minutos falando sobre futebol.


Aline conta que não sabia quase nada do esporte "só sabia o que era trave e bola", comenta. Mas o talento falou mais alto e veio o contrato para ser repórter esportiva. Função que a fez se apaixonar pela editoria de esporte. O que mais lhe deixou confortável foi a forma de brincar com o texto, que permite fazer brincadeiras durante a reportagem, sem deixar de ser jornalismo.

Aline Galdino repórter da TV Correio

Telejornalismo


Tendo certeza do que queria, Aline seguiu focada em realizar seu sonho. Foi estagiária na TV Borborema, afiliada do SBT em Campina. Faltando dois meses para concluir a graduação recebeu o convite para ser repórter da TV Manaíra em João Pessoa. Ela teria que abrir mão do conforto do seu lar, para ir vivenciar uma nova realidade e essa foi uma decisão difícil, mas a família deu total apoio e ela embarcou para a Manaíra, local que permitiu sua primeira experiência de carteira assinada no telejornalismo.


Após um tempo como repórter da TV Manaíra, a equipe passou por um corte e uma das pessoas cortadas foi Aline. Por mais que ela tenha tentado não fazer alarde da demissão, as outras emissoras tomaram conhecimento e de imediato a TV Correio e a TV Tambaú entraram contato com ela, na tentativa de se reunir e contratá-la.


A preferência foi para a TV Correio, pois há cerca de um mês a diretora executiva da emissora já vinha mantendo contato com ela por meio do Instagram, “Por isso a importância de alimentar as redes sociais” e também a grande visibilidade que iria ter, porque ela estaria saindo de um canal que era último lugar na audiência em João Pessoa para o primeiro lugar no IBOPE. Sua demissão foi às 15:15h e às 16:30h a jornalista estava em meio a uma conversa com a diretora da Correio, o que resultou na sua contratação.


Aline Galdino nos estúdios da TV Correio afiliada da Record TV


Desafios e expectativas


Quando questionada sobre os desafios enfrentados no telejornalismo, Aline é direta e clara e afirma:


“É a exposição. Pode ter certeza que pelo menos uma vez por mês, alguém aponta o dedo para minha cara e me diz que vai me processar”.

Além da exposição, ela vê o jornalismo na TV como a atitude abrir mão da privacidade, da sua vida particular e de dever satisfação as pessoas, pois o público exige que você esteja sempre sorrindo, sendo simpática, apesar dos altos e baixos da vida.


Pensando no futuro, ela arriscaria outro estado ainda e na mesma função de repórter. A apresentação não é algo que a atrai, pois o prazer dela é ter contato com as pessoas. É poder conversar, é a aproximação da sociedade, até mesmo que isso ajuda a desmistificar a imagem de celebridade que foi criado pelos próprios comunicadores. Ela quer mostrar a verdade, que repórter é gente como a gente.

 

FICHA TÉCNICA

Reportagem: Felipe Cavalcanti, Ítalo Silva e Juliana Oliveira

Monitoria: Andresa Costa

Supervisão editorial: Rostand Melo e Ada Guedes


*Retratos remotos:

O Coletivo F8 optou por produzir retratos no formato de “ensaios remotos” durante a pandemia como forma de manter a produção dos estudantes de fotojornalismo da UEPB, respeitando os protocolos de distanciamento social. Os retratos remotos são ensaios onde os fotógrafos dirigem a cena “à distância”, por meio do uso de celulares ou outros dispositivos conectados via internet. Cada ensaio apresenta o personagem retratado com uma reportagem perfil ou entrevista.

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