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  • Gabriel Cirne

Jornalismo e literatura: as paixões e vivências de um caririzeiro


Entrevistado Mateus
Mateus Bezerra Araújo, jornalista/Foto: Grupo

Nascido em Campina Grande, cidade da Paraíba, mas criado na zona rural do cariri paraibano, precisamente no sítio Poço Verde, município de Boa Vista, Mateus Bezerra Araújo viveu uma infância extremamente simples. Filho de pais agricultores, foi o primeiro e único da sua família a concluir o ensino superior em universidade pública e também a primeira pessoa da família a ingressar no mestrado.


Desde muito cedo mostrou o seu interesse pelo lado literário e jornalístico e a sua paixão pelos livros, escrita e imaginação. Quando criança, uma de suas brincadeiras favoritas era brincar de “ser repórter”. Ele entrevista as árvores e os animais, assim, garantia a diversão do dia fazendo aquilo que tanto gostava.


Apesar de toda a sua paixão pelos estudos, não foi tão fácil esse processo. Da alfabetização ao terceiro ano do ensino médio, Mateus ia e voltava todos os dias a pé da escola em que estudava, enfrentou sol, chuva e alguns perrengues nesse percurso, mas sempre viu nessas adversidades um motivo para não desistir, mas sim continuar e seguir em frente.


O seu foco nos estudos, a sua curiosidade pelo novo, a inquietude em relação a aprender, o gosto pela televisão, pela escrita e criatividade, despertou em Mateus ainda menino o interesse e a certeza pelo lado jornalístico, ele sabia que era através da educação que conseguiria “ser alguém na vida”, então manteve-se dedicado nos estudos e empenhado em seus objetivos.



Quando ciente de sua aprovação no curso de Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba, seus pais vibraram e tiveram ainda mais orgulho de quem o seu filho estava se tornando. Durante sua vida acadêmica na UEPB, Mateus dedicou todo o seu tempo para diversos projetos de extensão como Repórter Junino, Programa Gente Nossa, É Destaque - Agência Experimental em Jornalismo e Combate às Fake News. Também atuou na pesquisa, tendo sido bolsista do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica) por duas cotas. Vivenciou todas as experiências proporcionadas pela Universidade, pois sabia que todas elas eram essenciais para a formação do seu eu profissional. No fim da sua graduação, idealizou, sob a orientação da professora Ada Guedes, o projeto Alumiá - Vivências Sociais com o jornalismo etnográfico, e teve a oportunidade de fazer estágio na TV Paraíba, Rádio Cariri e no Sesc.



Além de todo o seu interesse pelo jornalismo, uma das paixões de Mateus é escrever crônicas. O interesse pela escrita começou de forma natural. Por ter as suas raízes fincadas na zona rural, o seu olhar tornou-se muito sensível à simplicidade das coisas, e com o tempo foi desenvolvendo cada vez mais esse olhar. Os acontecimentos que o rodeavam faziam com que Mateus percebesse que o cotidiano poderia ser transformado em algo ainda mais interessante.


O seu gosto em observar as coisas de outra forma, relatar o seu viver e dos seus semelhantes, no cotidiano e no campo, faz com que as mazelas que cercam o momento em que vivemos amenizem-se de uma forma em que tanto Mateus que escreve, quanto os seus leitores que recebem, possam respirar algo poético e terapêutico, coisa que para tantos outros possa ser visto como desinteressante.


Suas maiores inspirações estão bem próximas a ele, no jornalismo ele possui como fonte de inspiração alguns de seus professores como Verônica Oliveira, Ada Guedes e Jurani Clementino. Outros nomes como Eliane Brum, Pedro Bial e Caco Barcellos. Quando se trata em relação às crônicas, e a valorização da cultura, suas referências são Ariano Suassuna e Manoel de Barros.



Atualmente, trabalhando na área jornalística como sempre almejou, Mateus quando questionado sobre as dificuldades em relação ao mercado de trabalho, afirma que a escassez foi e ainda é um receio para quem está ingressando nesse meio. Por isso, ele acredita que é tão importante uma capacitação contínua, que permita se manter atualizado e corresponda às demandas do mercado de trabalho.


Nos dias de hoje, a sobrecarga de trabalho com as multifunções que são exigidas é uma situação delicada que acaba exigindo muito dos profissionais de comunicação, e, em boa parte dos casos, não há o devido reconhecimento financeiro. Ele procura defender esse interesse tão necessário, pois sabe que o jornalismo é o elo do mundo com as pessoas, e que é através dos jornalistas que a sociedade é informada, os serviços são prestados e as atualizações do mundo sempre são cumpridas, formadas por princípios éticos e pela seriedade.


Mateus segurando o TCC do mestrado
Dissertação do mestrado de Mateus. Foto: Laura Farias

Hoje, ele é um homem formado, trabalhando no meio jornalístico, concluindo o seu mestrado e prestes a transmitir seus conhecimentos e ensinamentos para todos aqueles que tanto almejam seguir a carreira jornalística. Uma criança que ajudava seus pais na roça, via na leitura uma forma de diversão, e nos estudos uma ponte de almejar o seu futuro brilhante. Hoje, através de toda a sua dedicação pode inspirar milhares de pessoas que até então devem duvidar que conseguem chegar ao seu objetivo.


Mateus é a clara evidência de quem quer e se dedica, consegue realizar todos os seus sonhos e objetivos. Ele sempre soube que por mais que fosse difícil e por mais que parecesse que não iria dar certo, sabia que tudo um dia teria êxito, pois como Ariano Suassuna costumava falar: “O otimista é um tolo, o pessimista um chato, bom mesmo é ser um realista esperançoso.” E esperança foi algo que nunca faltou em sua vida.

 

FICHA TÉCNICA:

Pós-produção: Gabriel Cirne

Produção textual: Laura Farias e Lavínia Farias

Monitoria: Vitória Félix

Supervisão editorial: Rostand Melo

Agradecimentos: pela disponibilidade e compreensão de Mateus

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