Cléber Oliveira: a voz do Parque do Povo e um legado que atravessa gerações
- coletivof8noite
- 29 de mai.
- 4 min de leitura

Desde muito jovem, a vida de Cléber Oliveira esteve entrelaçada com os bastidores da comunicação. Inspirado pelo pai, o também comunicador e radialista Joacir Oliveira, Cléber cresceu entre estúdios e microfones. “Cleber Oliveira nasceu e se criou nos bastidores e corredores das rádios e emissoras de televisão de Campina Grande”, como ele mesmo afirma, citando a obra Rádio: História e Radiojornalismo, do professor Gilson Souto Maior.
Aos nove anos, começou a fazer comerciais. Aos treze, já lia matérias de jornal no estúdio ao lado do pai, que pontuava os trechos com caneta para que o filho praticasse. Esses momentos moldaram não apenas a sua técnica, mas também a paixão que o guiaria por toda a carreira.
"Às vezes me perguntam: Cara, você não tem vergonha de pegar um microfone e falar pras pessoas? Eu costumo dizer: É onde eu me sinto mais à vontade, talvez eu aqui com três, quatro pessoas eu seja mais tímido. Mas me dá um público cada vez maior, me dá um palco e um microfone que eu me sinto mais à vontade!"

Sua trajetória profissional passou por diversas fases: do rádio à TV, dos bastidores ao protagonismo. Apresentou programas como Câmara 21, com foco no jornalismo comunitário, e Cantos & Contos, na TV Correio, voltado à cultura nordestina. Mas foi no palco principal do Maior São João do Mundo, em Campina Grande-PB, que Cléber se tornou um ícone.
Há mais de uma década, ele é a voz que abre as noites do evento, com o inesquecível bordão: “Ooooi, alô meu Parque do Povo!”, que se transformou em marca registrada e memória afetiva para o público.
Apresentar o São João, para ele, é muito mais do que subir ao palco, é honrar um legado.
"Estar pela primeira vez no Maior São João do Mundo enquanto comunicador, filho de Campina Grande, um nordestino, pra mim foi a sensação que talvez tenha um jogador de futebol ao entrar em campo vestindo a camisa da seleção brasileira”

LEGADO NA COMUNICAÇÃO
Ele destaca que, além da responsabilidade, há também um simbolismo pessoal: “Na minha primeira noite como apresentador, meu pai estava lá embaixo, olhando pra mim, me aplaudindo. Não existiam aquelas 50 mil pessoas, só existia ele ali embaixo, porque era quem eu queria honrar pelo legado da comunicação.”
Mas nem tudo são aplausos e holofotes. Cléber relembra os desafios do início, como a pressão por ser filho de um comunicador respeitado: “Ou cobram pra que você seja tão bom quanto, ou te limitam dizendo que você tá ocupando determinado espaço porque é filho de fulano.” E também momentos marcantes, como em 2013, ao chamar o apresentador Luciano Huck no palco do Parque do Povo, ou em 2014, quando apresentou o São João enquanto o pai aguardava um transplante de coração em Fortaleza.
Em 2019, viveu talvez seu momento mais doloroso: a perda do irmão, o também radialista Joacir Filho, assassinado uma semana antes da festa. “Hoje não é um dia feliz pra mim, mas espero que vocês aproveitem essa noite, a abertura do Maior São João do Mundo”, disse ao público naquele ano em que foi aplaudido de pé. “Me senti acolhido, sabe? As pessoas entenderam a minha dor ali, não exigiram alegria, não exigiram nada.”
Amanhã, 30 de maio de 2025, Cléber subirá novamente no palco principal do Parque do Povo para comandar a abertura oficial da principal festa popular da cidade. Será, mais uma vez, uma mistura de sentimentos para o comunicador. A data também marca os seis anos da morte do irmão Joacir Filho. Coincidências que comprovam o profissionalismo de Cléber e estreitam os laços afetivos público de Campina com o apresentador.
FORA DOS PALCOS
Cléber também compartilha quem é longe dos palcos: um homem simples, pai dedicado, que prefere um barzinho tranquilo ou uma pescaria a festas e agitações. “Eu já trabalho tanto com festa e palco que, na folga, prefiro ambientes mais calmos. Às vezes me isolo, passo três dias trancado no meu apartamento, sem atender ninguém, só descansando e atualizando minhas séries.”

Empreendedor, dirige a F5 Comunicação, agência fundada em 2008, que cresceu de produtora de áudio para agência completa de publicidade. Seus planos incluem expansão para João Pessoa e o lançamento de um portal próprio. Mas, mesmo com os olhos no futuro, não se vê longe da sua essência:
“Posso até me aventurar em outro segmento, mas de forma simultânea, sempre ligado à comunicação.”
Sobre sonhos ainda não realizados, ele não hesita:
"Meu maior sonho agora, enquanto pai, é ver meu filho bem. Ver meu filho realizado na vida.”
Confira imagens da nossa conversa com Cléber Oliveira na galeria:
Expediente
Fotografia: Thaynan Antunes e Anthonny Donato
Texto e reportagem: Lizandra Mayara e Douglas Renan e Thonnatthy Pereira
Monitoria: Bianca Dantas e Cecília Sales
Supervisão editorial: Rostand Melo e Ada Guedes
Locação: Vila Sítio São João
Agradecimento: Gabryella Torres - coordenação Vila Sítio São João





































Muito bom!!!
Incrível, o grupo está de PARABÉNS!
Matéria espetacular feita pelo meu amigo Thaynan Antunes, ele arrasando sempre. Parabéns! 👏