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  • Luisa, Francikelly, Alessandra e Deborah

Corações e Barcos: A história de um propósito


Isabelle com o livro ''Corações e barcos'' de sua autoria - Foto: Alessandra Farias

Com sorriso amplo e acompanhada por um homem que a ajuda a carregar diversas caixas, Isabelle de Araújo Pires chega ao nosso encontro carregando livros de sua autoria e objetos que falam sobre si, demonstrando, desde já, seus fazeres e produções. A recebemos com abraços e a convidamos para sentar, iniciamos assim a desbravar seus oceanos.


Quando menina era curiosa, na infância começou a escrever poemas e poesias, e estava sempre envolvida em grupos de arte, canto e leitura. Ao comemorar nove anos, recebeu um presente que havia pedido ao pai, um quadro. Nele começou a ensinar inglês para as crianças da sua rua. Ela cita que, atualmente, ainda encontra mães daqueles meninos que dizem: “olha, lembra daquela aula, meu filho ainda fala daquela aula que você dava”.


A mãe de Isabelle já tinha plena consciência de que a filha levaria como herança a profissão do avô, que foi poeta e professor. “É muita inclinação e propósito”, cita Isabelle. Após aulas de brincadeira, com apenas 12 anos, começou a trabalhar com aulas de reforço, o que a permitiu comprar seu primeiro carro.


Foi quando começou a ter mais consciência do que representava para si, sua profissão, que hoje é seu objetivo de vida. A docência é sua paixão, terminou a graduação em Letras, cursou Pedagogia, neuropsicopedagogia e hoje está terminando o curso de Ciência da Felicidade (UNICESUMAR), sua quarta graduação, que foca em apresentar a teoria básica da psicologia positiva e práticas para ser mais feliz.


Confira mais fotos no slideshow:


Fez pós-graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil e aproveitando o seu progresso e compreendendo o seu objetivo, Isabelle dedicou-se à formação de professores. Em suas redes sociais, usa a expressão "Onde não posso chegar, as minhas palavras chegarão". E tem sido apresentado em forma de poemas e livros de poesia.


"Fiquei muito tempo sem publicar meus textos, achava que não estavam bons, que precisava melhorar, tinha medo de expor. Mas, depois compreendi que, a partir da hora em que escrevia, não era mais só meu, pois, ao finalizarmos um texto, devemos compartilhar, pois não é mais nosso, mas sim do mundo."

Projetos, produções e neuropsicopedagogia


Entre tantas áreas de interesse em sua carreira, uma chama atenção, a neuropsicopedagogia. Em sala de aula, via a dificuldade que seus alunos com neurodivergências sentiam em aprender e professores que não conseguiam lidar com as diferenças dos alunos. Sentiu que tinha como fazer ainda mais pela educação e voltou seus estudos para esta área, no intuito de ajudar na formação de professores totalmente qualificados em conhecer o sujeito e suas diversidades.



Quanto às suas publicações, sua mais recente obra, que será publicada ainda este ano, é o seu livro de poesias intitulado "Corações e Barcos". A escrita, somada às experiências vividas, levou 20 anos para ser finalizada. Trata-se do mar das emoções. No início, nos deparamos com o mar profundo (que são nossas emoções), logo depois somos levados até os Oceanos (lugar onde conhecemos novos sentimentos) e, finalmente, chegamos às Marolas (lugar no qual nós entregamos completamente, lugar de grande deslumbre).


"É um livro muito maduro, comecei a escrever dividindo-o em três sessões (marolas, oceanos e mar profundo). A ideia é um mar. Você navega na primeira página do livro e sai velejando no mar profundo até chegar às marolas".

Ao falar sobre o livro, Isabelle levanta, o retira de uma de suas caixas e lê um trecho: "Disruptiva, recusava-se, fazia-se barreira. Fronteira movediça, removia-se contrária. Bebia a dor em taça de aço, mulher sexo frágil? Erro crasso." Finaliza a leitura com um sorriso no rosto, evidenciando um sentimento de realização.



Marcada por relatos de estudantes que lhe confiaram compartilhar dores e sonhos, ela afirma não ter como deixar de ser humanizada pela docência, pois é através dela que as pessoas são transformadas. “Ser docente faz com que você se torne mais humano e que entenda que vale a pena investir no sujeito. Já tive estudantes que não tinham nenhuma perspectiva de vida, eram prostitutas e hoje são proprietárias de cafés”.


Como empreendedora educacional, é uma das responsáveis pelo Instituto Desengavetar cujo projeto chama-se “Desengaveta meu texto”. O objetivo é fazer o hábito da leitura e da escrita irem além de uma sala de aula. Durante o período da Covid-19, o trabalho ficou conhecido por meio da entrega de livros, o delivery literário. E foram finalistas de um dos prêmios de literatura mais renomado do Brasil, o Prêmio Jabuti.


Isabelle segurando a sacola do projeto ''Desengaveta meu texto'' - Foto: Giselly Maciel

Família e metas para o futuro


Apesar das diversas tarefas em sua rotina e do lugar de importância que dá à docência em sua vida, Isabelle consegue se organizar e dedicar tempo de qualidade à sua família. Para isso, diz que mantém uma hierarquia de prioridades.


Numa perspectiva de 10 anos, ela se vê mudada. Viajando, conversando e preparando equipes para alcançarem metas que ainda não foram alcançadas. Ela quer que a metodologia de ensino criada seja aplicada através das tecnologias, tanto na vida dos estudantes quanto nas dos professores.


Ao fim da nossa conversa, Isabelle nos abraça com um sorriso de gratidão, pega seus livros e se despede de todos nós. Certamente sem ter a consciência de que a mudança que tanto almeja e trabalha para provocar nas pessoas, também alcançou a nós, com sua leveza e histórias de vida.

 

FICHA TÉCNICA

Fotos: Alessandra Farias, Luisa Vitória, Giselly Maciel, Francikelly Flor e Deborah Melissa

Monitoria: Ester Bezerra

Supervisão Editorial: Rostand Melo e Ada Guedes

Entrevistada: Isabelle de Araújo

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