Da gincana escolar para o palco do PP: Jefferson Arretado canta sua história de sucesso na música
- coletivof8noite
- 13 de jun.
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Quem curte um show de Jefferson Arretado não imagina a luta do artista para chegar até lá e conquistar um espaço de destaque nos palcos. Natural de Lagoa Seca, Paraíba, José Jefferson de Farias Silva, filho de Sebastião Lima da Silva e Dona Maria Selma de Farias Silva, nasceu em 31 de Outubro de 1993 e ao longo de seus 31 anos traz consigo uma trajetória de fé, superação e conquistas.
O cantor e compositor admirava, ainda pequeno, os cantores que se apresentavam na TV, e foi aos 10 anos de idade que entendeu que o seu lugar também era ali, cantando a sua história. O primeiro violão foi um presente de seu querido pai e acabou marcando o início de sua trajetória musical. Foi em gincanas escolares que cantou pela primeira vez e desde então não parou mais. Persistiu, acreditou em si e conquistou seu espaço no meio artístico.
Artistas como Xandy Avião, Wesley Safadão, Waldonys, Nattan, Pablo e o poeta Dorgival Dantas, já cantaram seu grande sucesso “Sonhador”. Passou pelo Momento Junino, da TV Borborema, e também pelo programa Cantos e Contos. Em 2025, teve a concretização de um projeto com Dorgival Dantas e com Ramon no Beat e terá também a realização do seu audiovisual no qual se refere como o projeto da sua vida.
Foi em 2022 que Jefferson subiu pela primeira vez ao palco do Maior São João do Mundo com um público de mais de 70 mil pessoas e desde então é presença confirmada todos os anos. Em 2024 teve a oportunidade de homenagear no Parque do Povo, outra grande inspiração sua, o eterno Gabriel Diniz, (GD).
Hoje, 13 de junho, o artista volta ao palco principal do PP e promete surpreender o público mais uma vez. Jefferson Arretado integra a programação desta sexta ao lado de nomes como Simone Mendes, Luan Estilizado, Raí Saia Rodada e Zezo, juntos no show À Vontade e a banda Brasas do Forró.
Conheça detalhes da trajetória de Jefferson Arretado na entrevista exclusiva para o Coletivo F8:

Quem é o José Jefferson de Farias Silva?
José Jefferson de Farias Silva é um cara sonhador, que desde criança amou a arte da música e aí dentro das escolas da vida descobriu que queria viver disso. Eu já fico querendo me emocionar vendo essa trajetória que deu certo. Sou um cara que sonha, que corre atrás dos sonhos, sou um cara determinado.
Seu primeiro contato com a música foi ainda na infância. Como foi esse momento em que percebeu que queria seguir carreira musical?
Aos 10, 11 anos fui me apresentando com um violão nas igrejas, e principalmente na escola onde estudei, na escola estadual de Lagoa Seca e foi ali onde tudo começou, foi a partir do pontapé inicial das escolas que eu estou vivendo esse sonho.
Você enfrentou dificuldades antes de alcançar reconhecimento. Alguma vez pensou em desistir da música? O que o motivou a continuar?
Às vezes é difícil falar da nossa história e ao mesmo tempo é fácil. Com as apresentações as pessoas começaram a nos elogiar e se reunia com os amigos para assistir. Na hora do intervalo levava um violão e cantava para a galera que gostava. Fui campeão duas vezes do Jovem Talentos da cidade nas gincanas e quando eu vi a galera cantando comigo, pensei: rapaz eu quero viver disso. Fui me apresentando nas quermesses, fui fazendo voz e violão nos barzinhos. Graças a Deus nunca passou pela minha cabeça desistir e tenho certeza que nunca vou ter esse pensamento porque se fosse para eu desistir já teria desistido porque é muito pesada a caminhada, quando a gente vive no mundo onde tem dez, quinze para lhe ajudar, tem cinquenta para tentar lhe derrubar.
Seu avô é uma grande inspiração na sua vida. Como é para você lidar com a perda dele e de que forma essa conexão continua influenciando sua trajetória pessoal e artística?
Fomos criados muito próximos à família, principalmente da minha mãe, eu tenho nove tios, meu avô era aquele cara que amava o que a gente fazia. Meu avô logo de primeira presenteou meu irmão João Victor com um pandeiro e foi ali que a gente descobriu que ele gostava do instrumento de percussão e logo se tornou meu baterista até hoje. Perder meu avô foi difícil demais, era uma pessoa que todos os dias estávamos juntos, pedíamos a benção, tinha aquele costume tradicional. Pouco tempos depois da morte do meu avô Deus me mandou a música que mudou a minha vida: “SONHADOR”. Tenho certeza que Deus mandou essa música pra que eu pudesse preencher o vazio que ficou. Tenho uma família abençoada, sempre tive muito orgulho de falar de minha família, dos meus pais, que são meu motivo de fazer sempre o correto porque eu aprendi dentro de casa. Eu tive uma base familiar muito forte e eu sou realizado por isso.
“Sonhador" é uma música muito pessoal. Como foi o processo de composição e o que ela representa para você?
Essa música foi escrita por mim, Jefferson Arretado e meu parceiro e poeta Jefferson Silva. Quando mandei para meu sanfoneiro, ele disse: “de quem é essa música? Respondi: é nossa”. Eu tô aqui com os olhos cheios de lágrimas, isso era no final da pandemia. Mandei para um empresário amigo meu, ele fez a mesma pergunta. Fiz um vídeo tocando com meu sanfoneiro e meu pai e esse vídeo bombou, muita gente usando o áudio da minha música. Então foi ela que abriu todas as portas. Xandy Avião, Wesley Safadão, Natanzinho, Waldonys, Pablo, Dorgival Dantas, todos já cantaram. Tô zerando a vida.
Sabemos que há um projeto em preparação com Dorgival Dantas, uma referência na música nordestina. Dentro do que for possível compartilhar neste momento, como tem sido essa experiência e o que esse encontro representa para você?
No ano passado, em 2024, nós tivemos a honra de nos encontrar com Dorgival no sítio São João, estávamos gravando um especial para o São João e foi amor à primeira vista. Eu já era apaixonado por ele, ele foi 1000% com a gente, trocou os contatos, conheceu uma das nossas músicas e aí me chamou para gravar junto e quando foi esse 2025, aconteceu aquilo que a gente sonhava, gravar com Dorgival Dantas na fazenda Tome Xote, na casa dele. Dorgival é um dos maiores poetas do Brasil e porque não dizer do mundo. Eu vejo o quanto já sou gigante estando ao lado dele. Dorgival Dantas me ensinou muito, é um cara sensacional, ele é ímpar. O que eu posso dizer a ele sempre vai ser gratidão por me abraçar do que jeito que ele me abraçou.
Como surgiu a ideia do projeto Arretado e Nostálgico, em parceria com Ramon no Beat?
Ramon no Beat é um cara hoje, que está na nossa produção, ele produz nomes como, Mari Fernandes, Iguinho e Lulinha, entre outros. É importante essa parceria, que teve início em 2025, onde surgiu a ideia de fazer um material que fizessem as pessoas lembrar do tempo que namorava, do passado, por isso o nostálgico e trazer para nosso forró. A galera está aceitando bem, estão nos elogiando quando passamos na rua. Ramon no Beat tem feito muito por nós e é só o começo da nossa história, viu.
Como você avalia sua participação no programa Cantos e Contos, que há 22 anos vem valorizando a cultura nordestina e o Momento Junino?
Cantos e Contos, nós conhecemos desde pequenos. Ao participarmos pela primeira vez do programa, as pernas tremiam. Eu vou passar na televisão, quem nunca sonhou com isso? E hoje saber que sou convidado pelo meu mérito, pelo que faço e represento é uma honra. Cleber Oliveira é um dos caras que tenho um amor gigante e nos levou a live do Maior São João do Mundo. Participamos mais uma vez, fizemos história nesse programa, a primeira vez de uma história bonita e é um programa muito maneiro, é como estamos fazendo aqui, uma coisa que não tem ensaio, é natural. E o Momento Junino sem dúvida é o maior programa de forró do mundo. Nos sentimos muito honrados, eu desci para o meio da galera, dancei forró com publico, que tinham mais energia do que eu. Esses programas têm muita importância para a vida de um artista. Isso faz parte da caminhada, eu tenho certeza que tenho muita história para contar para os meus filhos. Já participei de muitas coisas importantes nesse Brasil, graças a Deus.
Cantar no palco do “Maior São João do Mundo” é uma consagração para os artistas. Como foi receber a notícia de que se apresentaria no palco do Maior São João do Mundo, o que passou na sua cabeça ao subir no palco?
A época do São João é a mais importante para o forrozeiro. Acho que todos os artistas assim como eu tem esse sonho de subir no palco do Maior São João do mundo e em 2022 tive a honra de realizar esse sonho. A grade era a seguinte: Japãozin, aqui de Campina Grande, eu de Lagoa Seca e Raí Saia Rodada. Quando eu subi lá tinha mais de 90 mil pessoas pulando comigo, foi um marco na minha história e graças a Deus depois de 2022, todos os anos estamos no maior São João do Mundo, cantando no mesmo dia de grandes artistas. Esse ano estaremos dia 13 de junho junto com Simone Mendes. As pernas tremem, o coração bate mais forte, se não estiver assim tem alguma coisa errada.
"O mês de junho é muito importante. A gente vive e respira forró. Só queria que o São João tivesse duas vezes por ano!"
Com o São João se aproximando, como está a expectativa para a sua agenda de apresentações este ano? Sabemos que você já tem data marcada no Maior São João do Mundo, em Campina Grande. O que o público pode esperar dessa participação tão especial?
Ano passado batemos mais de 26 datas. Esse ano a expectativa é para isso ou mais. No mês de junho a gente vive e respira forró. Eu já venho numa evolução, eu consigo enxergar que estou construindo onde eu quero chegar e onde eu estou hoje. Sou muito realizado, toco muito nessa tecla. São João eu só queria que tivesse umas duas vezes por ano, aí nós ficaríamos mais felizes ainda.
O que Deus representa para você?
É a fé que eu tenho nEle que me mantém firme. Eu converso muito com Deus, é uma questão de intimidade que eu tenho com Ele. Não sou perfeito nem quero ser, sou um grande pecador, mas Deus conhece o meu coração, sabe porque estou vivendo esse sonho, sabe porque às vezes eu abdico da minha vida pessoal. A minha mulher vai pro céu com tripa e tudo, porque eu não tenho hora nem data, se é para viver meu sonho eu estou pronto 24 horas. Todos os dias peço essa força a Deus. Agradeço às pessoas que estão sempre ao meu lado, meus padrinhos, não vou citar nomes. Os meninos da minha produção, minha banda é a família, meu pai é o motorista da minha Vam, minha mãe vai junto, meu irmão é meu baterista, meu cunhado é meu tecladista, meus outros irmãos sempre estão dentro dos meus projetos. Com a banda, a maioria das vezes eu sou mais um paizão, muitos me tratam assim. E eu tenho uma responsabilidade gigante porque às vezes envolve a família da minha esposa, no meu sonho também. Anda sogro, sogra, o cunhado, pra vocês entenderem como é gigante a minha responsabilidade.

Sobre sua admiração por Gabriel Diniz (GD). Qual o significado especial da jaqueta que você usa nos shows em homenagem a ele?
Essa jaqueta tem história. Todo mundo no parque do povo ano passado, homenageava um artista. Eu sempre fui muito fã do GD, eu via aquela alegria que ele tinha no palco, não podemos invejar mas podemos nos espelhar. E aí, eu disse, TV, que é o cara que pinta. Eu tenho uma missão pra ti. E ele disse: tu quer o que? eu quero homenagear o GD, só que eu quero que você faça o que achar melhor. E antes de subir no palco foi que essa jaqueta chegou até mim. Quando eu olhei pra jaqueta, pensei: eu não tô acreditando no que tô vendo não. Foi muito além do que imaginei, foi a música que mudou a minha vida. Ele conseguiu colocar tudo o que eu queria dentro de uma jaqueta só. Foi uma missão gigantesca e quando subi no palco foi um dos maiores comentários. Vou eternizá-la num painel de vidro daqui uns dias.

“Que os meus medos tenham medo da minha coragem”
Jefferson, diante da sua trajetória marcada por perseverança e conquistas, que conselho você daria aos artistas iniciantes que sonham em seguir carreira e alcançar seus objetivos na música?
Eu sempre aconselho quando encontro alguém que esteja com dificuldade. A gente vai crescendo, amadurecendo, perdendo um pouco da ansiedade e o que eu digo para quem está iniciando é: Tenha persistência, primeiramente muita fé, você tem que acreditar. Alguns diziam que não ia dar certo,mas mostrei o contrário. Eu costumo dizer o seguinte: Que os meus medos tenham medo da minha coragem. Porque, se tem um cara que tem coragem, sou eu. Para enfrentar meus sonhos, todos os dias eu luto.Comecei fazendo voz e violão e hoje tenho uma banda, e pra quem tá começando, persistência e força. Estudar e não ter vergonha de quando errar perguntar e se receber uma crítica construtiva fazer disso sua motivação.
Quais são os seus projetos futuros?
Não vai ser um spoiler, isso vai sair depois. Eu posso dizer a vocês que estamos planejando o primeiro audiovisual da minha história, realmente da minha vida. Acho que chegou o momento de me posicionar nas plataformas digitais do jeito que sempre sonhei. Esse projeto será realizado onde nasci e me criei, na minha casa, onde aprendi como crescer em um ambiente feliz. Quando criança, eu sonhava em fazer um Luau, mas agora estou realizando algo muito maior e eu quero todos os dias deitar e assistir esse projeto agradecido por concretizar meu sonho. “Podem esperar, ainda vão ouvir falar muito desse Jefferson Arretado.”
Confira mais imagens no slideshow:
EXPEDIENTE:
Fotografia: Claudinês Araújo, Givanilda Lourenço, Maria Luiza
Texto: Claudinês Araújo, Givanilda Lourenço
Entrevistado: Jefferson Arretado
Entrevistadores: Givanilda Lourenço e Maria Luiza
Supervisão editorial: Ada Guedes e Rostand Melo
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