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Jornalismo e artes cênicas, conheça os talentos de Lincoln Marques

  • Foto do escritor: Beatriz Santos
    Beatriz Santos
  • 24 de abr.
  • 6 min de leitura

Foto: Beatriz Anacleto
Foto: Beatriz Anacleto

Lincoln Marques, de 26 anos, é ator e estudante de jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Natural de Aroeiras, interior do estado, é atualmente Secretário de Cultura e Turismo da Prefeitura da cidade. Apaixonado pela sua cultura regional e seu audiovisual, Lincoln aborda com seu olhar e formação artística como é ser um jovem ator na Paraíba, compartilhando conosco não só sua história de formação, como também um olhar crítico de um admirador da cultura.


Confira a entrevista completa:


Você tem uma jornada de estudos na área artística. Conte um pouco como surgiu esse amor e essa profunda dedicação pelos estudos teóricos da atuação.


Desde muito novo eu tinha o querer de ser ator. Mas, de certo modo, eu fui despertar para o mundo como ator não muito cedo, mas de um tempo para cá, pois eu tinha muito medo do que os meus familiares poderiam falar, até porque sempre há uma pressão dos pais na questão profissional. O sonho da minha mãe era que eu fosse engenheiro, então fiz seis períodos no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental na UEPB, mas aquela sementinha de correr atrás dos meus sonhos sempre esteve ali. E bom, eu já tinha um certo contato com o mundo da atuação pois fazia parte de peças da escola, da minha cidade e gostava muito... Investi no meu sonho de ser ator na pandemia, quando conheci uma escola de atores em João Pessoa chamada "Em Cena" e a partir disso eu comecei a minha formação.


Foto: Karoline Andrade
Foto: Karoline Andrade

Quais foram suas maiores inspirações no mundo da atuação?


Eu tive várias inspirações em relação às artes cênicas, por exemplo, meu primeiro professor de teatro lá em Aroeiras, nele eu vi o que eu queria ser. Não somente a vontade de ser ator, mas ver amor no que você exerce. Quando eu era pequeno, tentava interpretar o que o ator fazia na televisão. Nacionalmente, tenho algumas inspirações, uma delas é Paulo Gustavo, que já se foi, pois ele interpretava a comédia de modo leve para alegrar a vida do ser humano. Antônio Fagundes, que é um ícone da dramaturgia, entre outros.


Qual área do Jornalismo faz seus olhos brilharem?


Sem dúvidas, o Audiovisual. Por isso entrei em Jornalismo, quando comecei o curso eu já sabia de algumas coisas, pois já tem a ver com o que eu estudava em Artes Cênicas.


Foto: Beatriz Anacleto
Foto: Beatriz Anacleto
Eu acho que esses projetos (culturais) podem plantar uma sementinha no coração de cada pessoa assim como eu fui tocado. Quando eu era pequeno eu tive um professor que, através do trabalho dele, foi o que me despertou

De que forma você vê as dificuldades de ser um jovem ator na Paraíba?


Eu acho que antes existia uma dificuldade maior. Com o passar do tempo e a chegada das tecnologias, hoje as oportunidades estão muito próximas. Um bom exemplo disso o streaming. Os streamings chegaram e grandes oportunidades aparecerem para grandes novos artistas. Se você parar para analisar na série da Amazon "O Cangaço Novo", por exemplo, existem vários rostinhos que ninguém nunca viu, que são rostinhos novos. Hoje nós temos uma plataforma chamada "Elenco Digital" que tem como função trazer um cast de atores. Então se hoje você é um ator que está se formando ou está formado, você entra no aplicativo e preenche um formulário com seus dados. Assim, quase 100% dos produtores e diretores que precisam de novos nomes vão até o Elenco Digital, procurando um perfil indicado de acordo com as observações que procuram e automaticamente o Elenco Digital vai dar o perfil daquelas pessoas. Então, com isso, eu quero dizer que, acredito que antes as pessoas tinham uma maior dificuldade. A Paraíba é um grande celeiro, conhecida como “A Hollywood Nordestina", e contém uma amplitude em questão de oportunidades não só de Novelas, filmes, mas também como os comerciais. Então tudo isso o ator pode fazer, inclusive ser apresentador de televisão.


Como você acha que esse meio de consumo (streaming) pode implicar para um conhecimento de escala nacional das raízes nordestinas por meio do audiovisual?


Bom, de certo modo já está sendo ajudado, né? Como eu já disse, a Paraíba é muito reconhecida. Por exemplo, dentro da escola onde eu estudo, em uma aula específica o diretor da escola costuma trazer alguns diretores de âmbito nacional. Já tivemos contato com Cininha de Paula, que participou da Escolinha do Professor Raimundo, Ana Paula Guimarães e muitos outros. E todas as vezes que esses diretores chegam para conversar com a gente, eles falam muito sobre a questão de como o Nordeste é rico em audiovisual, como ele é rico na capacitação desses atores. E isso é muito importante, e de certo modo nós ficamos muito contentes como ator ouvindo isso de pessoas que já estão a muito tempo no ramo. Então de certo modo já existe esse reconhecimento, e ter várias produções na Paraíba isso cada dia mais dá pra trazer mais um âmbito para a Paraíba.


Foto: Beatriz Anacleto
Foto: Beatriz Anacleto
A Paraíba é um grande celeiro, conhecida como “A Hollywood Nordestina" e com uma amplitude de oportunidades

Como você acha que os poderes públicos e governamentais podem implicar numa melhor estruturação do conhecimento cultural, para que o interesse envolta nas artes possa ser despertado em tantos outros jovens?


Cultura é educação. Cultura é muito mais que uma festa no meio da rua com banda tocando. Cultura também é isso, porém é muito mais do que isso. Então no momento que um prefeito, ou governador, ou quem quer que esteja no poder executivo é esperto para incentivar a cultura por meio das artes e seus diversos segmentos, eu acho que isso é um ponto promissor e um bom desenvolvimento para a população. Na minha concepção, a cultura tem que estar entrelaçada na educação a partir da educação básica, seja por meio de aulas de teatro e aulas de cinema, danças, e diversos outros segmentos não apenas pela questão do conhecimento mas sim porque é comprovado cientificamente que quando uma criança tem contato com as artes seja de qualquer segmento, o intelecto dela se desenvolve muito mais rápido. Só que infelizmente a gente não vê isso nas escolas, principalmente nas escolas públicas. Então eu acho que sim, o poder público deve se despertar para isso e entender que a cultura é educação e principalmente saber como fazer isso, por quais meios incentivar desde a educação básica aos teatros, dança e diversos segmentos. Incentivar cursos profissionalizantes voltados para o audiovisual é de grande relevância não só para o pessoal da secretaria conhecer sua população como também para a própria pessoa se conhecer.


Eu acho que esses projetos podem plantar uma sementinha no coração de cada pessoa assim como eu fui tocado. Quando eu era pequeno eu tive um professor que de certo modo através do trabalho dele foi o que me despertou.


Foto: Karoline Andrade
Foto: Karoline Andrade
Cultura é educação. Cultura é muito mais que uma festa no meio da rua com banda tocando.

Qual é o papel que a Secretaria de Cultura de Aroeiras procura desempenhar na acessibilidade à cultura englobando a preservação da cultura regional?


Primeiramente eu acho que quem faz a cultura é o povo. De certo modo, a Secretária de Cultura procura conhecer primeiro o que os artistas da cidade querem, e ouvir eles. Segundo, reconhecer a cultura do município, de que forma são reconhecidos. Em Aroeiras estamos trabalhando nisso, em 2023 completamos 70 anos de Aroeiras e estamos em um projeto de resgate histórico e cultural do município.


E como você acha que isso pode influenciar na construção de mundo nas próximas gerações com relação a cultura em Aroeiras especificamente?


Eu acho que esses projetos podem plantar uma sementinha no coração de cada pessoa assim como eu fui tocado. Quando eu era pequeno eu tive um professor que de certo modo através do trabalho dele foi o que me despertou para aquilo e eu quis. Então acredito que esses projetos possam despertar essas pessoas que futuramente vão exercer futuros cargos e vão estar na Secretaria de Cultura fazendo a diferença que na qual deve se partir de agora, a partir desses projetos.


Ser Ator ou Jornalista?

Acho que as duas profissões acabam se tornando uma só, pois ao apresentar um programa você precisa interpretar a notícia. Mas acho que a atuação me ganha.



Expediente:

Reportagem: Beatriz Anacleto

Entrevista: Karoline Andrade e Ester Varelo

Fotografia: Beatriz Anacleto e Karoline Andrade


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