Para além das medalhas: as lutas e vitórias de Lincon Lima
- davyllasouza
- 3 de jun.
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Lincon Lima da Silva, 22 anos, ariano, graduando em jornalismo, praticante de Judô, Jiu-Jitsu e Wrestling. A paixão pelo esporte começou muito cedo, sendo muito incentivados pelo seu pai, Lincon e seus irmãos, foram iniciados no esporte.
Ele conta que seu pai praticava desde sua adolescência: “Quando meu pai era adolescente, ele praticava judô e jiu-jítsu. Mas como a vida dele não era fácil, ele teve que desistir do esporte para poder trabalhar. Aí quando a gente ficou um pouco maior, ele colocou a gente numa escolinha de judô gratuita perto do nosso bairro, em João Pessoa”.
No início, somente ele, Luan (seu irmão gêmeo) praticavam, depois veio Lis (sua irmã mais velha) e, por fim, Luana (sua irmã mais nova).O jovem estudante conta que, no seu ciclo, as pessoas ao redor os chamavam de “a família do esporte”, já que todos eles praticavam e tinham um excelente desempenho. Lincon foi iniciado no Judô em 2011, aos 8 anos de idade e não parou desde então.
Se esporte para ele pudesse ser descrito em uma palavra, seria desafio, o estudante divide suas dores e diz que é desafiador se dedicar 100% ao esporte em um país que não investe em esportes – que não seja futebol. Especialmente, quando se trata de uma pessoa Queer e Gay praticar um esporte que é extremamente homofóbico e machista.

Mesmo com todas essas dificuldades, Lincon afirma com convicção que o Lincon de hoje só existe por causa do esporte.
“Devo tudo ao esporte. Conheci boa parte do Brasil e conheci o continente Africano. Ganhei inúmeras medalhas, conheci pessoas maravilhosas e fiz memórias que vão ficar para sempre comigo, mas não posso deixar de criticar essa faceta de mim. Nunca foi fácil e nunca será. Sofri muito por ser quem sou dentro do esporte e faria tudo para que as coisas tivessem sido diferentes para mim. Também faria tudo para que as coisas ruins que aconteceram comigo não acontecessem com mais ninguém.”
Em 2022, Lincon precisou se mudar para morar em Campina Grande, após a sua aprovação no curso de Jornalismo na UEPB – Universidade Estadual da Paraíba. Quando questionado se sempre foi sua expectativa ser jornalista, ele diz:
“Desde pequeno quis fazer jornalismo. Lembro que no 5º ano do ensino fundamental tinha uma oficina de jornalismo na escola pública que eu e meus irmãos estudavam. Aí eu escrevi uma matéria bem pequena sobre como foi a festa de dia das mães pra o jornal da escola. Foi uma coisa tão boa ver meu nome creditado no papel, escutar os elogios das professoras e ver o orgulho dos meus pais quando eu mostrei. Foi tudo muito lindo. Desde então eu sempre quis ser jornalista. Sempre gostei muito de escrever e de conversar. De me comunicar. De levar a verdade para as pessoas e dar voz a causas que merecem ser ouvidas.”.
O estudante diz que apesar dos desafios, de deixar sua vida e família em João Pessoa para vir para Campina Grande, todas as experiências que teve no curso até agora foram lindas e amou cada uma delas. Conclui: “Tem sido uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida e eu só tenho que agradecer e aproveitar tudo.”.

Quando questionado sobre como descreveria o Jornalismo, Lincon afirma: “Poder. Para mim, ser jornalista é ter poder. Nelson Traquina defende a tese que o Jornalismo é o 4º poder, depois do Executivo, Legislativo e Judiciário. E eu concordo com ele. Quem apura, produz e divulga notícia tem um poder muito grande na vida das pessoas que aquela notícia ou conteúdo vai chegar. Defendo a atuação do jornalismo como um poder do bem e das pessoas. Um poder que vai levar informação correta e verdadeira, sempre colocando em primeiro lugar as pessoas, e não o dinheiro.”.
EXPEDIENTE
Fotografia e reportagem: Davylla Souza e Kathielly Farias
Monitoria: Hellen Mayara e Maria Clara Santos
Supervisão: Ada Guedes e Rostand Melo
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