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Mari Souza: Da arte à moda, uma trajetória de autenticidade

  • coletivof8noite
  • 20 de ago.
  • 4 min de leitura
Foto: Laura Diniz
Foto: Laura Diniz

Mariana Vieira de Souza, ou simplesmente Mari Souza, tem 20 anos e carrega com orgulho suas raízes como filha de Campina Grande, cidade paraibana famosa por sediar o Maior São João do Mundo. Nascida em 23 de dezembro de 2004, Mari sempre demonstrou uma personalidade intensa, criativa e marcada pela inquietação. Quando criança, era evidente que já não se encaixava nos padrões tradicionais, especialmente os comportamentais. Tímida, apesar da aparência extrovertida, ela se define como uma menina comum, cheia de camadas, ainda em processo de descobrir quem realmente é.


Sua identificação com o universo digital aconteceu de forma despretensiosa, quando começou a postar vídeos em um Instagram privado, o famoso "dix", longe dos olhos do pai. Depois, seu talento para o grafite e para as ilustrações começou a ganhar espaço. No entanto, foi no mundo da moda que Mari encontrou sua verdadeira identidade. Para ela, a arte nunca deixou de existir; apenas encontrou novos meios de expressão agora manifestados na escolha de roupas, maquiagem e em cada detalhe de sua estética pessoal.


Foto: Fernanda Lima
Foto: Fernanda Lima

A trajetória como criadora de conteúdo aconteceu de forma natural, sem um momento exato de decisão. As oportunidades foram surgindo aos poucos, inicialmente com marcas regionais e, em seguida, com grandes marcas nacionais. Quando os profissionais da área passaram a procurá-la para parcerias, ela percebeu que o que antes era hobby tinha se transformado em profissão. Mesmo assim, Mari confessa que, muitas vezes, ainda se sente como a adolescente de 15 anos, cheia de sonhos e aprendizados pela frente.


Embora tenha sido competitiva em outros aspectos da vida, especialmente durante a infância e juventude, no campo profissional Mari é diferente: acredita que há espaço para todos. Cada projeto, cada campanha, cada marca precisa de pessoas específicas, e isso elimina a necessidade de rivalidade.


Foto: Laura Diniz
Foto: Laura Diniz

Um dos momentos mais emblemáticos de sua construção de imagem veio durante o São João de Campina Grande. Foi nesse período que Mari percebeu a força da constância e da autenticidade: ao postar diariamente seus looks e suas experiências nas festas, durante os 30 dias de evento, ela acabou sendo reconhecida como um dos rostos que representavam o São João digitalmente.


A técnica da repetição, tão estudada em teorias da Publicidade, se mostrou eficaz na prática. Para ela, o São João serviu não só como vitrine, mas como um reforço de identidade, algo que se conecta diretamente ao orgulho que sente por suas origens.


“É uma responsabilidade muito grande, a gente tá falando da nossa cidade. Uma vez encontrei uma pessoa e ela disse que não teve uma experiência boa. Eu disse: “Vá de novo!" Não é só a festa, é a nossa cultura. Para além de moda, da festa, de tudo. Acho que Campina, a Paraíba é um mundo.”

Foto: Bruna Oliveira
Foto: Bruna Oliveira

Ser uma influenciadora de moda na Paraíba, no entanto, não é tarefa simples. Mari descreve o peso e a responsabilidade e entende que falar sobre suas raízes, sobre Campina Grande e sobre a Paraíba vai além da festa ou da estética: é compartilhar um estilo de vida único. A missão é reforçar o orgulho de ser quem é, sem se preocupar com quem, de fora, possa achar exagerado ou repetitivo.


Entre os maiores desafios da carreira no digital, Mari cita a dificuldade de lidar com as críticas. Embora saiba, racionalmente, que críticas fazem parte da exposição pública, emocionalmente ainda é difícil não se abalar.


Cada comentário negativo é um dilema: Responder ou ignorar? Apagar ou deixar?. Aos poucos, ela foi amadurecendo essa relação e aprendendo que a melhor forma de lidar é focar no que importa sem se perder no que é passageiro.


O que mantém Mari motivada é ver o reconhecimento natural do público. Quando alguém associa a cor verde lima a seu nome ou quando uma peça usada por ela vira tendência entre os seguidores, ela sente que todo o esforço valeu a pena. Esse vínculo afetivo e simbólico com o público foi construído de maneira estratégica, mas também orgânica: o verde lima, que inicialmente surgiu como um elemento de identidade nos trabalhos acadêmicos, virou uma verdadeira marca pessoal nas redes sociais.


Foto: Maria Eduarda Costa
Foto: Maria Eduarda Costa

Apesar das conquistas, Mari se vê ainda em processo de evolução. Aprendeu a valorizar o caminho já percorrido e ao rever memórias no Instagram, se deu conta do quanto cresceu em apenas um ano, passando de 100 mil para mais de 300 mil seguidores. Hoje, tenta evitar a armadilha da comparação, entendendo que cada jornada é única e que a gratidão é essencial para continuar avançando.


“Sou muito feliz com o que eu conquistei. E tento, de verdade, não me comparar com ninguém. Porque cada jornada é individual”.

Alcançar trabalhos com grandes marcas também não foi um percurso fácil. No início, ao lidar diretamente com empresas locais, Mari enfrentou desafios como desvalorização e falta de pagamento. Foi só com a intermediação de uma agência que conseguiu estabelecer relações mais justas e profissionais. Ainda assim, sempre soube onde queria chegar e nunca abriu mão de seus valores e princípios mesmo que isso significasse dizer "não" para propostas aparentemente promissoras.


Entre suas referências, cita Priscila Evelyn e Rica de Marré como inspirações de autenticidade na internet. Da moda, se encanta com Nath Cangueiro, admirando a maneira como ela se expressa através do estilo. Na vida pessoal, seus maiores exemplos continuam sendo seus pais, representação de força e integridade. Para quem está começando agora no universo digital, Mari deixa um conselho cheio de verdade:


“Sigam seus sonhos, mesmo quando parecem loucura. Acreditem que vai dar certo porque o que é seu encontrará o caminho até você”.


Expediente

Fotografia: Bruna de Oliveira, Fernanda Lima, Laura Diniz e Maria Eduarda Costa

Entrevista, redação e produção: Fernanda Lima, Laura Diniz e Maria Eduarda Costa

Revisão: Fernanda Lima e Laura Diniz

Supervisão Editorial: Rostand Melo e Ada Guedes


Agradecimento:

Agradecemos a Mari Souza por compartilhar sua história com tanta generosidade e verdade. Sua trajetória inspira e representa muitas jovens que encontram, na internet, um espaço de pertencimento, criatividade e expressão.

4 comentários

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Karla
20 de ago.
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Arrasaram na entrevista 👏🏻👏🏻

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20 de ago.
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Arrastam na entrevista, amei

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20 de ago.
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Amei essa entrevista <3

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Convidado:
20 de ago.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Uma linda história 😍

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