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  • Beatrys Roberto; Fábio Anísio; Filipe Tavares;

CG 156 anos: O Calçadão Jimmy de Oliveira no coração da cidade

Atualizado: 11 de mai. de 2021


Freguês e amigo de Wellington chega para deixar um encomenda para Biliu de Campina, um tecido quadriculado e bem colorido para ele fazer uma camisa. Esse tipo de interação é bastante comum no calçadão.

Wellington, vendedor de queijos em uma conversa com o seu amigo.

Toda cidade tem seu coração, um lugar de apreço emocional que carrega consigo marcas que nem mesmo o tempo foi capaz de apagar. Uns estão nas praças, outros estão nas feiras, mas o de Campina é bem peculiar e está localizado em um pequeno recorte do centro da cidade chamado “Calçadão”.

Embora muitos o chamem de Calçadão da Cardoso Vieira, em referência a rua próxima, seu nome verdadeiro é Jimmy de Oliveira. O nome foi dado em homenagem a um corretor que frequentava o local nos anos 1970, mas, o apelido pegou, e não teve jeito, o Calçadão Jimmy de Oliveira deu lugar ao que hoje chamamos de Calçadão da Cardoso Vieira, ou melhor “O centro de irradiação da Terra”, assim carinhosamente batizado por Wellington Barbosa, vendedor de lacticínios que está a quase 34 anos no local.

Wellington trocou o terno pelo avental e a caneta pela faca, dando assim uma pausa nas suas funções como advogado, passando a se dedicar exclusivamente ao comércio, que pelo visto está no seu sangue.

Filho de feirante, Wellington conta que desde a época em que era criança auxiliava o seu pai na feira central de Campina Grande, “Nasci na liberdade, me criei na feira e vim para o calçadão”.

No calçadão, Wellington é chamado de doutor, trata seus clientes como parentes e seus amigos como irmãos, ganhando assim o prestígio e a confiança de todos do local. Talvez essa seja a receita do seu sucesso, é impossível passar pelo seu estabelecimento e não discutir assuntos relacionados à política, futebol e gastronomia.

Atípico ou não, o calçadão tem suas peculiaridades. Aqui comerciante é chamado de doutor e torcedor é chamado de comentarista. A rotina nesse lugar é uma questão de opinião, segundo José Bernardo que frequenta o calçadão há mais de vinte anos. “Não há tempo perdido e nem conversa jogada fora, todos aprendem com todos, do mais novo ao mais velho”, relata.

Um exemplo disso é o jovem universitário de vinte anos, Krishna Max, que diariamente distribui livros sobre o movimento Hare Krishna no Brasil. Ou até mesmo do chaveiro e também jornalista, Netário Xavier, que nas horas vagas participa do quadro “Galera do calçadão”, promovido pela TV Itararé.

Não restam dúvidas, o calçadão é de fato o coração da cidade, local que resiste ao tempo e atravessa gerações, quem frequenta não quer sair e quem não conhece quer conhecer, muito prazer, Calçadão Jimmy de Oliveira, localizado na rua Cardoso Vieira.

Confira mais imagens no slideshow:

 

FICHA TÉCNICA:

Supervisão Editorial: Rostand Melo

Locação: Calçadão Jimmy de Oliveira, "Calçadão da Cardoso Vieira."

Agradecimentos: Wellington Laticínios.

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